ELEIÇÕES 2018

Na eleição para deputados, chapinha corre o risco de virar chapão

Procura de vários deputados podem deixar chapinhas competitivas como o temido chapão da Frente Popular

Paulo Veras e Vinícius Sales
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Paulo Veras e Vinícius Sales
Publicado em 15/03/2018 às 17:32
Foto: Roberto Soares/Alepe
Procura de vários deputados podem deixar chapinhas competitivas como o temido chapão da Frente Popular - FOTO: Foto: Roberto Soares/Alepe
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Vistas como a oportunidade para facilitar a reeleição de políticos fora do acirrado chapão da Frente Popular, as chapinhas que estão sendo montadas para a disputa de deputados federais e estaduais, ambas capitaneadas pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP), têm atraído cada vez mais políticos e correm o risco de se tornarem também muito competitivas. O principal partido com risco de perder deputados para elas é justamente o PSB do governador Paulo Câmara.

“A chapinha virou chapão”, classificou ontem o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa, que deixará o PDT por desentendimento com o partido depois que o filho, Guilherme Uchoa Júnior, foi impedido de entrar no PDT para evitar comprometer o projeto de reeleição dos caciques da chapinha.

Nessa quarta-feira (14), o deputado federal João Fernando Coutinho apresentou a carta de desfiliação ao PSB de olho na chapinha. Ele deve ingressar no Pros. Outro deputado federal socialista, Marinaldo Rosendo já migrou para o PP. O deputado federal Severino Ninho também sairá do PSB. Na Alepe, parlamentares do PSB também estudam fazer a transição para o PP, como Marcantônio Dourado e Vinícius Labanca.

Não a toa, o governador Paulo Câmara montou uma força-tarefa para acompanhar de perto as negociações sobre a formação das chapinhas para evitar fissuras na base. O PSB tem preferência por um chapão único e aliados têm se queixado ao Palácio do Campo das Princesas. O governo trabalha para garantir uma chapa majoritária competitiva para a reeleição de Paulo e, ao mesmo tempo, dar condições favoráveis aos aliados na proporcional, um xadrez intricado.

Para tentar demover aliados da chapinha, socialistas têm lembrado que políticos com mandato podem comprometer a reeleição ao ingressar numa coligação com herdeiros de bases eleitorais expressivas, como Aglailson Victor (filho do prefeito de Vitória de Santo Antão, Aglailson Júnior) e Fabíola Cabral (filha do prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral). Também têm dito que, no chapão, há maior probabilidade de suplentes assumirem o mandato com a ida de parlamentares para o secretariado.

Puxadores de voto

O PSB também aposta em puxadores de voto como João Campos e Adalto Santos, este ligado à Assembléia de Deus, para se contrapor a nomes como Eduardo da Fonte e o deputado estadual Cleiton Collins (PP). “A chapa do governo vai ter uma boa votação. Pode ter uma surpresa de as pessoas que não querem ir às urnas. Mas nós vamos tentar ajudar o governo puxando alguns votos para o chapão”, afirmou Adalto.

Ao JC, o deputado estadual Vinícius Labanca comentou que a eventual transformação da chapinha em chapão é um processo natural. “Mesmo que ela (chapinha) vire uma chapão, ela tende a eleger deputados com menos votos que o chapão do governo e da oposição. É normal isso, sempre aconteceu em época de eleição”.

Para o deputado Cleiton Collins (PP) a chapa já se consolidou. “Todo mundo quer entrar no PP. Mas não tem como essa chapinha perder o controle. O partido já está montado. Podemos fazer dez ou 12 deputados. Esse tipo de terrorismo eleitoral dentro do PP não irá funcionar”.

De saída do PDT, ontem o deputado Guilherme Uchoa definiu que até o dia 25 estará ingressando em um outro partido. “Minha saída do partido é certa, estou esperando a decisão de meu filho para saber para onde vamos”.

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