O prazo concedido pela Justiça Eleitoral para que políticos com mandato possam mudar de legenda sem sofrer punições, iniciado em 8 de março, se encerrou à meia-noite da última sexta-feira (6). Esse fato, porém, não garante que as negociações e o troca-troca partidário tenham chegado ao fim. Como as legendas têm até o dia 13 de abril para submeter as listas de novos filiados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é possível que o cenário ainda se altere, caso, até essa data, algum nome opte por mudar de agremiação.
De acordo com o assessor da Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Breno Russell Wanderley, se um político assinou a filiação em determinada sigla mas, por alguma razão, escolheu voltar atrás na decisão, não sofrerá nenhum tipo de punição. “Até as 23h59 do dia 13 de abril, é possível retirar e colocar nomes da lista. A pessoa pode, inclusive, ter seu nome na lista de mais de um partido, pois o sistema só irá considerar o registro da última relação submetida”, explicou.
A maior parte dos partidos em atuação em Pernambuco já divulgou as mudanças realizadas nas siglas até o dia 6 de abril e garante que nenhuma alteração será feita até o término do prazo para submissão das listas de filiados ao TSE. Algumas legendas, porém, ainda mantêm o mistério, o que pode indicar que as conversas acerca de alianças ainda não tenham acabado e possam levar tanto ao enfraquecimento quanto ao fortalecimento de grupos políticos do Estado.
Presidente estadual do PP (partido que mais cresceu na Câmara dos Deputados durante a janela partidária deste ano) e figura central da sigla em termos de atração de novos quadros, o deputado federal Eduardo da Fonte, por exemplo, afirmou à reportagem, ontem, que ainda não sabia ao certo quantos deputados estaduais migraram para o PP até a última sexta-feira. Oficialmente, até o momento, além de dezenas de nomes que ainda não possuem mandato, os progressistas conseguiram, no Estado, atrair figuras como o deputado federal Marinaldo Rosendo, ex-PSB, e os estaduais Eriberto Medeiros e João Eudes, que deixaram o PTC e o PDT, respectivamente.
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Mais mudanças
Outras migrações já confirmadas foram a ida do ex-prefeito do Recife João Paulo para o PCdoB e do ex-ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho, que havia se filiado há menos de um mês no MDB, para o DEM.
O Solidariedade (SD) ganhou os reforços dos deputados federais Kaio Maniçoba (ex-MDB) e Cadoca, que estava sem partido.
Em meio à batalha interna pelo comando do MDB, nem o vice-governador, Raul Henry, nem o deputado federal Jarbas Vasconcelos e tampouco o senador Fernando Bezerra Coelho deixaram, até o momento, a legenda.