ELEIÇÕES 2018

Em Pernambuco, os candidatos a governador receberam R$ 13,5 milhões para campanhas

Concorrendo ao Executivo, os candidatos que mais receberam foram Paulo Câmara (PSB) e Armando Neto (PTB)

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 29/09/2018 às 7:01
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Concorrendo ao Executivo, os candidatos que mais receberam foram Paulo Câmara (PSB) e Armando Neto (PTB) - FOTO: Foto: Reprodução/TV Jornal
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Os sete candidatos a governador de Pernambuco já receberam R$ 13,574 milhões para gastarem nas suas campanhas, segundo as informações disponibilizadas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até as 17 horas de ontem. Esses recursos serão gastos até o primeiro turno das eleições que vai ocorrer no próximo domingo (07). Somente para o leitor ter uma ideia, essa quantia daria para comprar 387 carros populares na faixa dos R$ 35 mil cada. Ou seja, seria mais de um veículo por dia durante mais de um ano. E todo esse dinheiro será gasto em 45 dias, período que vai durar a atual campanha iniciada no dia 16 de agosto. E, no Estado, nenhum dos candidatos a governador chegou a receber o teto estabelecido pelo TSE que é de R$ 9,1 milhões. Até agora, o governador Paulo Câmara – que tenta a reeleição – é o que mais recebeu, totalizando R$ 7,6 milhões para a sua campanha.

Os maiores gastos de Paulo Câmara foram: R$ 2,5 milhões com serviços terceirizados, R$ 1,3 milhão com materiais impressos, R$ 500 mil bancaram testes ou pesquisas eleitorais e R$ 528 mil foram empregados na locação de bens móveis, de acordo com o TSE. O socialista também recebeu R$ 1,165 milhão de pessoas físicas, que representaram 15,28% do total recebido. O PSB doou R$ 6,4 milhões para a campanha da reeleição. O próprio candidato também fez uma doação de R$ 10 mil para sua própria campanha.

O segundo candidato a governador no recebimento dos recursos foi o senador Armando Monteiro (PTB) , totalizando R$ 5,2 milhões, sendo R$ 3,061 milhões do seu partido, o que corresponde a 58,13% do total. As pessoas físicas doaram R$ 1,4 milhão, o que correspondeu a 27,84% do total. Ele doou R$ 400 mil para a sua própria campanha.

O terceiro que mais recebeu recursos foi o advogado Maurício Rands (PROS) com R$ 651,1 mil, dos quais 98,29% foram doados pela sua legenda. Os demais candidatos a governador receberam muito menos, porque são de partidos pequenos. Os dois principais fundos (o eleitoral e o partidário) que bancam as campanhas deste ano são formados por recursos públicos com dinheiro dos contribuintes. Para os recursos dos fundos, a definição de quanto cada partido vai receber é feita pelo TSE baseada no número de deputados federais e senadores eleitos. Também é possível doação de pessoas físicas.

Em Pernambuco, os candidatos ao chefe do Executivo que receberam menos foram Dani Portela (PSOL) com R$ 60,2 mil, Julio Lossio (Rede) que recebeu R$ 31,2 mil, Simone Fontana (PSTU) que obteve R$ 32,1 mil e Ana Patrícia Alves que contabilizou R$ 600. “É possível fazer uma campanha com poucos recursos. Defendemos que as campanhas devem ser cada vez mais baratas. Gastar R$ 9,1 milhões para eleger um governador é um abuso contra o contribuinte”, diz o coordenador da campanha de Dani Portela, Jesualdo Campos. Para ele, uma campanha deveria custar, no mínimo, R$ 5oo mil que seriam suficientes para bancar o guia eleitoral, o transporte, o material impresso e a equipe de assessoria ao candidato.

 

 

“A discussão agora é sobre se os valores dos tetos estabelecidos de gastos são altos ou baixos com base nessa campanha. Quando se fixa um teto, a tendência é gastar até esse limite. É importante ver quais foram os principais gastos, se eles correspondem à realidade, verificar no caso das empresas não serem laranjas etc”, resume o coordenador do Movimento Transparência Partidária, Marcelo Issa.

SENADO

Na disputa ao Senado, os candidatos que disputam o pleito no Estado receberam cerca de R$ 9,5 milhões, concentrados em quatro candidaturas. O líder nos recursos recebidos é o deputado federal, Mendonça Filho (DEM) que obteve R$ 2,9 milhões. O segundo lugar ficou com Bruno Araújo que recebeu R$ 2,4 milhões, seguido por Jarbas Vasconcelos com R$ 2,2 milhões e Humberto Costa com 1,8 milhão. O professor Hélio Cabral (PSTU) recebeu zero na atual campanha. (ver quadro ao lado). Todos gastaram menos do que o teto para a campanha ao Senado no primeiro turno que é de R$ 3,5 milhões.

Os maiores gastos dos candidatos ao Senado foram com impressos e equipes para fazer o guia eleitoral. O ex-ministro da Educação Mendonça Filho contratou R$ 492 mil em material gráfico e o ex-ministro das Cidades, Bruno Araújo, contratou R$ 502,6 mil em material impresso. Os dois também informaram uma despesa de R$ 136 com o aluguel de táxi aéreo. A reportagem do JC contactou as assessorias de todos os candidatos a governador e dos senadores Mendonça Filho, Bruno Araújo e Humberto Costa. A assessoria de Humberto informou que os gastos estão em cumprimento à legislação eleitoral.

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