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Disputa pelo comando da Alepe opõe aliados de Paulo Câmara

PP e PSB medem força pelo comando da presidência da Alepe e da primeira secretária

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 30/10/2018 às 8:00
Foto: Breno Laprovitera/Alepe
PP e PSB medem força pelo comando da presidência da Alepe e da primeira secretária - FOTO: Foto: Breno Laprovitera/Alepe
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A eleição para o comando da Assembleia Legislativa (Alepe) só acontece em fevereiro de 2019, mas a disputa já opõe alguns dos principais aliados do governador Paulo Câmara (PSB) na corrida pela presidência e pela primeira secretária, órgão responsável por gerir as finanças da Casa. As duas maiores bancadas da Alepe, PSB (11 deputados) e PP (10 parlamentares) devem dividir os dois cargos.

Atual presidente da Casa, Eriberto Medeiros (PP), confirmou nessa segunda-feira (29) o interesse em continuar na chefia do Legislativo. “Sinalizei esse interesse para o governador Paulo Câmara. Ele me liberou para conversar com os demais deputados”, anunciou.

O PP emplacou o presidente porque hoje, tem a maior bancada da Casa, mas a sigla será superada pelo PSB no próximo ano. “A norma diz que a proporcionalidade deve ser respeitada sempre que possível. Guilherme Uchoa (que faleceu às vésperas de completar 12 anos no comando da Casa) sempre teve em partidos menores. A sinalização que recebi de membros do PSB é que não teria empecilho”, afirmou ainda.

Apesar de Eriberto levar vantagem por estar na cadeira de presidente, há resistências de bastidor ao nome dele. Quando se elegeu para um mandato tampão após a morte de Uchoa, em agosto, o pepista foi escolhido como nome de consenso porque deixaria a Casa para concorrer a deputado federal. No meio da campanha, ele voltou atrás, abrindo espaço para que o Palácio ajudasse a eleger os aliados Raul Henry (MDB) e Renildo Calheiros (PCdoB). Mesmo deputados que não são do PSB argumentam que, com o fim da “era Uchoa”, é preciso repensar a composição da Mesa Diretora.

Entre os socialistas, Waldemar Borges (PSB), nome com trânsito no governo e na oposição, veio a público afirmar que a bancada do partido precisa discutir se tem interesse em comandar a Alepe. “Não acho que o argumento de ter a maior bancada deva ser um imperativo. Agora, algumas pessoas usaram ele como se imperativo fosse. Acho que o PSB poderia assumir sob qualquer argumento, inclusive esse. Pode até decidir não ter candidato, mas o PSB não pode ser excluído da discussão”, explicou.

A movimentação deixou dúvidas entre os próprios colegas se Waldemar estaria interessado em disputar o comando da Alepe, o que ele nega. “Minha pretensão não existe. Agora, a Mesa que for tem que estar bem antenada a esse momento que a política vive e, portanto, falar para a sociedade”, argumenta.

Primeira secretaria

Mesmo no PSB, a posição de Waldemar não é unânime. Pelo menos cinco socialistas são apontados nos bastidores como interessados em ocupar a primeira secretaria, segundo cargo mais importante por gerir um orçamento de R$ 500 milhões. A lista inclui o atual ocupante da cadeira, Diogo Moraes; o líder do governo, Isaltino Nascimento; e os deputados Clodoaldo Magalhães, Francismar Pontes e Lucas Ramos.

“A gente aguarda uma sinalização do partido. Se vai abrir mão da prerrogativa (de indicar o presidente) e apoiar Eriberto, que tem se mostrado um grande aliado do Palácio e tem um bom trânsito entre os parlamentares”, pontuou Lucas Ramos.

Ao contrário de Eriberto, que ocupa a presidência pela primeira vez, Diogo Moraes precisaria de 30 votos para aprovar uma emenda à Constituição do Estado que lhe permitisse disputar o mesmo mandato pela terceira vez consecutiva.

Na Casa, o cálculo é que PP e PSB terão, ambos, dois espaços na Mesa Diretora. Terceiro maior partido, o PSC terá uma vaga, que deve ser a vice-presidência. Os dois nomes cotados são Manoel Ferreira e Guilherme Uchoa Júnior. As outras duas vagas principais devem ser disputadas entre PT, PSD e DEM; cada um com 3 parlamentares eleitos.

A Mesa atual tem ainda quatro suplentes. Mas um projeto de resolução em tramitação prevê a criação de três novas suplências, que podem ajudar na composição política. Como os suplentes não têm direito a mais despesa de gabinete, em tese, a proposta não gera despesa.

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