Na reta final do prazo de apresentação de emendas ao projeto que cria uma espécie de décimo terceiro para os pernambucanos que recebem o Bolsa Família, o deputado estadual da base governista Alberto Feitosa (SD) anunciou, nessa quarta-feira (14), o interesse em propor uma auditoria na lista de beneficiários do programa. Hoje, o Estado prevê que existam mais de um milhão de cadastrados no programa federal de transferência de renda. O projeto estadual, que levará o nome de Nota Fiscal Solidária, prevê um abono de até R$ 150 anuais e custará R$ 175 milhões que serão custeados com o aumento de impostos.
“A implantação do programa vai se dar em março. Temos 90 dias para que a gente possa implantar um controle sobre àqueles que recebem o Bolsa Família indevidamente. Isso é um dos piores crimes que ocorrem no nosso País. É pegar um recurso que já é bastante difícil. Mas se comenta que 10% no Brasil recebe indevidamente esse Bolsa Família. Isso foi pauta das últimas eleições. Acho que na hora que vai se implementar uma ação dessa, a gente tem que fazer previamente uma auditoria”, discursou Feitosa, ao anunciar que sua assessoria está preparando uma emenda para submeter ao projeto.
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Para tentar reduzir resistências à aprovação dos textos do governo, o secretário-executivo da Fazenda, Bernardo D’Almeida, vai à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) explicar aos parlamentares o aumento no imposto do etanol hidratado e de produtos como bijuterias e bebidas alcoólicas. A audiência pública vai acontecer às 17h desta segunda-feira (19) e marca o segundo esforço do Executivo junto aos parlamentares para aprovar o pacote de fim de ano, depois de o próprio D’Almeida fazer uma apresentação para parlamentares do governo e da oposição no Palácio do Campo das Princesas. O encontro reunirá as comissões de Constituição e Justiça, Administração e Finanças, que analisarão os textos na terça (20) e quarta (21).
Audiência pública
“Construímos esse entendimento com o governo para debater melhor os projetos e construir um entendimento com a sociedade. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, prometeu dar o décimo terceiro do Bolsa Família. Se ele cumprir a promessa, esse aumento de impostos que o governo quer dar perde o sentido de ser para o décimo terceiro e vai para o caixa do Estado”, diz o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB).
Para o líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB), a audiência é um compromisso do governo de discutir e tirar dúvidas sobre os projetos sempre que for necessário. “As propostas que chegaram à Casa atendem as expectativas do povo do nosso Estado. Debater e discutir é uma prerrogativa do parlamento. Isso vai dirimir as dúvidas dos parlamentares”, avalia o socialista.