Pedro Vilela, 29 anos, é diretor do Magiluth, um dos grupos do teatro local que se destaca por imprimir em suas montagens uma linguagem embasada na pesquisa. Para Pedro, uma peça nunca tem um fim em si mesmo e o homem contemporâneo é eterna inspiração. Artes cênicas, política e o Recife foram os temas da conversa com Carol Botelho.
JC – O grupo Magiluth costuma falar sobre o homem contemporâneo. Como você se vê?
PEDRO VILELA – Me considero um velhinho porque estou cada vez mais caseiro. Tenho preguiça de sair de casa. Minha diversão é teatro, comida e viagem. Gosto de conhecer lugares e assistir a espetáculos.
JC – Que lugar é mais cenográfico para você?
PEDRO – Tenho muito afeto pelo Rio. O lugar exala uma brasilidade. Parece que estamos numa cena do novelista Manoel Carlos (risos). Já em Nova Iorque, gosto de ver como o teatro está vivo. É curioso encontrar um teatro atrás do outro e filas enormes.
JC – O que acha dos musicais?
PEDRO – Odeio. Acho que eles estão muito inseridos em um mercado e arte tem que ter função social e política. Mas, ruim ou bom, quanto mais teatro, melhor.
JC – Tem alguma frase que costuma citar sempre?
PEDRO – “Não tá fácil pra ninguém”. Mas é bem em tom de brincadeira, porque foi o título que uma jornalista deu para uma matéria que ela fez com a gente.