Pouco mais de um ano após sua segunda expansão no Estado, a multinacional Accenture apresentou nesta quarta-feira a terceira fase de sua operação no Porto Digital, com a inauguração de mais um delivery center, cuja capacidade é de 600 profissionais. A unidade funcionará em um dos armazéns reformados do Porto do Recife, mas a empresa não revela quanto investiu no crescimento. O que se sabe é que a Accenture agora conta com 1,2 mil colaboradores na cidade (sendo 94% deles mão de obra local) – a maior empregadora na área de TI.
“Há um ano, a operação pernambucana era a terceira maior da empresa no Brasil”, lembra o presidente da Accenture no País, Roger Ingold. “Em 2014, passou o Rio de Janeiro e, em breve, deve tomar o primeiro lugar de São Paulo na área de desenvolvimento de software da companhia”, completa. A previsão é que, até 2017, a Accenture faça uma nova expansão e passe a contar com 2 mil profissionais no Recife.
A empresa anunciou ainda mais de US$ 1 milhão de investimento nos próximos três anos, através da Accenture Foundations para a ONG Plan International, com o objetivo de qualificar jovens em situação de risco. A Accenture já tem outro projeto no Recife, realizado em parceria com a Rede Cidadã e que oferece capacitação técnica para estudantes de baixa renda.
Globalmente, a Accenture possui 323 mil profissionais atendendo a clientes em mais de 120 países. A companhia teve receitas líquidas de US$ 30 bilhões no seu último ano fiscal. No Brasil, atua desde 1983 em escritórios em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Vitória, além do Recife. Em quase cinco anos de operação no Estado, a Accenture passou de um escritório com 50 pessoas para seis andares e meio do antigo edifício do Bandepe, dois andares do empresarial Apolonio Sales, na Avenida Conde da Boa Vista e o novo delivery center, com 3 mil m².
“Viemos para Pernambuco depois de uma análise técnica de disponibilidade de mão de obra qualificada. Chegando aqui, fomos surpreendidos pelo ecossistema das empresas e pela qualidade da inovação gerada aqui”, conta o presidente da Accenture. Sobre dobrar seu escritório no Recife no mesmo período em que o PIB do País entrou em recesso, Ingold afirma que o mercado de TI independe da economia local. “A revolução digital vai mudar tudo que existe e estamos apostando nisso. Mesmo que a economia não cresça, tecnologia e inovação vão crescer – esse é o perfil da sociedade atual”, avalia o executivo.
Para o prefeito do Recife, Geraldo Julio, a expansão da Accenture está em sintonia com a estratégia de crescimento do município. “As cidades devem procurar hoje diferenciais globais. Desenvolver a TI como negócio e investir em serviços modernos e economia criativa são os nossos”, afirma. Para continuar o desenvolvimento no setor, o prefeito conta que o Instituto Pelópidas Silveira vem mapeando imóveis no Bairro do Recife que possam receber outras empresas de tecnologia. “Estamos analisando a situação jurídica desses prédios para viabilizar novos espaços de crescimento.”
