Polêmica

Ciberataque expõe puladas de cerca na rede

Dados pessoais de usuários do serviço de encontros extraconjugais Ashley Madison são publicados na internet. Em Pernambuco, há 93.592 perfis

Do JC Online
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Publicado em 02/09/2015 às 11:00
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Um grupo de hackers publicou na internet os dados pessoais de milhões de usuários do Ashley Madison, que promove encontros extraconjugais. O ataque expôs mais de 35 milhões de endereços eletrônicos e informações de usuários, além de arquivos e e-mails internos da empresa. O vazamento revelou, por exemplo, que São Paulo é a cidade mais “infiel” do mundo, com mais de 374 mil perfis na rede, à frente de Nova Iorque (268 mil), Sydney (251 mil) e Toronto (222 mil).

Infográfico

Mapa da traição
Em Pernambuco, são 93.592 perfis registrados na rede, com Recife à frente (36.235 usuários) e uma proporção homens x mulheres semelhante à média global: 80% x 20%, respectivamente. O site Ashley Madison é conhecido pelo slogan “A vida é curta. Curta um caso” e é de propriedade da empresa Avid Live Media (ALM), sediada em Toronto. A rede põe em contato pessoas que querem ter um relacionamento extraconjugal. 

A invasão aconteceu há cerca de duas semanas e foi feita por um grupo de hackers autodenominado Impact Team. A publicação dos dados provocou a demissão do diretor-executivo da empresa, Noel Biderman, além de provocar um verdadeiro alvoroço dentro e fora das redes. Entre as vítimas famosas, está o astro da televisão Josh Duggar, um conhecido ativista dos valores da família tradicional. Ele admitiu ter usado o Ashley Madison após ter aparecido no site de informações Gawker. “Fui o maior hipócrita da história. Enquanto defendia a fé e os valores da família, fui infiel à minha esposa”, declarou Duggar, ex-diretor do grupo de lobby Family Research Council (Conselho de Investigação da Família).

DISCREPÂNCIA - A análise realizada a partir de dados hackeados ainda revelou o grande desequilíbrio entre a quantidade de clientes homens e mulheres. De acordo com o site Gizmodo, existe pouca ou nenhuma atividade nas contas de 5,5 milhões de mulheres inscritas no Ashley Madison, que estavam online com um número estimado de 31 milhões de assinantes homens. Além disso, de acordo com os analistas do site, mais de 70 mil perfis de mulheres ainda seriam falsos, e controlados por robôs que enviam mensagens prontas aos usuários masculinos. 

A ALM questionou estes números, afirmando que a relação de assinantes ativos em seu site é de aproximadamente 1,2 homem por mulher. Segundo a ALM, o Gizmodo fez suposições sobre dados não comparáveis e sua conclusão é equivocada. Para apoiar sua conclusão, o Gizmodo havia afirmado que nas mensagens ao vivo do site, 11 milhões de homens tentavam se comunicar com apenas 2.049 mulheres. 

O ALM também enfatizou em seu comunicado que não está à beira de um "desaparecimento iminente". Pelo contrário, o site afirma, inclusive, que está em fase de crescimento, com "centenas de milhares de novos assinantes na última semana, entre eles 87.596 mulheres". 

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