Raramente o próprio motorista percebe, mas, com o tempo, ele pode adquirir certos hábitos ao volantes que de tanto se repetirem viram um vício. O problema é que estes gestos automáticos podem trazer problemas. Desde provocar o desgaste precoce de componentes do veículos e até causar multas de trânsito e pôr em risco a segurança do condutor e de ocupantes do carro. Muitos desses hábitos não foram corrigidos durante o processo de aprendizagem de direção ou foram “herdados” de motoristas mais velhos e vão passando de geração em geração.
Dirigir com o pé encostado na embreagem, usar a alavanca de marchas como apoio de mão ou dar uma aceleradinha antes de desligar o motor são exemplos de pequenos hábitos que parecem inofensivos, mas, que repetidos frequentemente, trazem prejuízos. “Geralmente são manobras desnecessárias e que trazem desgaste mecânico ou desperdício de combustível”, diz Alexandre Costa, diretor da Alpha Consultoria Automotiva.
HÁBITOS
Um dos componentes mecânicos que mais sofre com os maus hábitos é a embreagem. Responsável por acoplar a rotação do motor ao câmbio, a embreagem funciona basicamente por meio de um disco de fricção e um conjunto de molas. Quanto mais tempo o pedal de embreagem permanece acionado, maior será essa fricção e, consequentemente, o desgaste. Assim, dirigir com o pé encostado ao pedal da embreagem é um hábito que só traz prejuízo. “Alguns motoristas dizem que assim fica mais rápido de passar as marchas, mas a desculpa não justifica”, alerta Alexandre Costa. O sistema de embreagem de um veículo dura em torno de 80 mil a 100 mil quilômetros de uso. Se for usado de maneira errada, o tempo de vida útil pode ser abreviado para cerca de 30 mil quilômetros.
Alguns hábitos errados ao dirigir estão ligados a conceitos antigos sobre a mecânica dos carros. Por exemplo, a ideia de que dar uma pequena acelerada antes de desligar o motor vai facilitar quando o motorista for dar a partida novamente. A prática é do tempo que os carros tinham carburador, quando acelerar o motor e desligá-lo imediatamente deixava uma pequena quantidade de gasolina na cuba do equipamento, o que realmente ajudava na partida do motor. Hoje, quando todos os motores possuem injeção eletrônica, o procedimento só faz desperdiçar combustível.
A mesma coisa acontece com a mania de ligar o carro pela manhã e esperar o motor aquecer para só então sair. Antigamente se fazia assim para que o óleo lubrificante “esquentasse” e circulasse melhor pelo motor. Nos carros atuais é desperdício de tempo e de combustível. O certo é sair dirigindo em baixa velocidade. Os lubrificantes de hoje são mais finos e circulam pelas peças internas mesmo com o motor frio. Outro hábito que parece inocente é dirigir com o braço para fora do carro. Além de perigoso, pelo risco de acidente, é considerado infração de trânsito já que o motorista fica impossibilitado de reagir rapidamente caso seja necessário uma manobra ao volante. Dirigir o veículo com o braço pra fora é considerado infração média, com penalidade de 4 pontos na carteira de habilitação e multa no valor de R$ 130,16. Veja no infográfico acima um resumo de vícios ao volante que devem ser evitados.