'De forma nenhuma seria problema, tenho boa relação com ele', diz Eduardo da Fonte sobre apoiar Lula em 2022

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José Matheus Santos

Publicado em 20/04/2021 às 8:38
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O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) disse, nesta segunda-feira (19), que não vê problemas em eventualmente apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma possível candidatura do petista na eleição presidencial de 2022.

Eduardo da Fonte foi questionado se haveria problema em apoiar Lula na eleição do ano que vem. "De forma nenhuma, isso vai ser discutido amplamente dentro do partido, tenho uma boa relação com ele, mas isso só iremos tratar em 2022", disse o deputado, em entrevista à Rádio Folha.

Apesar de ser do PP, partido que faz parte da base aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso Nacional, Dudu da Fonte, como é conhecido, disse que a "Justiça está sendo feita" com relação a Lula diante da decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações do ex-presidente na Lava Jato.

"Nós estamos vendo a Justiça ser feita, um momento importante da Justiça brasileira, da democracia. Mas vamos tratar 2022 em 2022, temos um longo período pela frente, temos um momento muito difícil a ser atravessado para que a gente possa chegar em 2022. É sem dúvida alguma o momento mais delicado que estamos vivendo em nossas vidas. Temos que focar primeiro em vencer a covid para depois chegar em 2022", afirmou Eduardo da Fonte, na entrevista.

Eduardo da Fonte fez parte da base aliada do segundo governo Lula, entre 2007 e 2011 na Câmara dos Deputados.

Para 2022, o PP deverá fazer parte do palanque do presidente Jair Bolsonaro no âmbito nacional, mas poderão ocorrer divergências em palanques estaduais.

Isso ocorreu em 2018, por exemplo, quando no âmbito nacional o PP integrou a coligação do então candidato Geraldo Alckmin (PSDB), inclusive com a indicação de Ana Amélia como candidata a vice, mas, em Pernambuco, Eduardo da Fonte anunciou apoio a Lula (PT), que depois teve a candidatura barrada em razão da Lei da Ficha Limpa. Na época, o ex-presidente estava condenado em duas instâncias, o que é suficiente para vetar postulações eleitorais.

Não é o único caso de autonomia de Eduardo da Fonte em relação a orientações do PP. Ele já divergiu do partido nas votações das Reformas Trabalhista, em 2017 no governo Michel Temer (MDB), e da Previdência, em 2019 no governo Jair Bolsonaro. O deputado, nessas ocasiões, votou contra as reformas.

Neste ano, apesar do PP orientar voto favorável, Eduardo da Fonte foi contra a liberação de compra de vacinas contra a covid-19 por empresas, desde que com repasse de metade das doses ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Para 2022, Eduardo da Fonte é um dos cotados para disputar o Senado na chapa que deverá ser encabeçada por Geraldo Julio (PSB) como candidato a governador. Esse palanque poderá ter a presença do ex-presidente Lula se houver reaproximação entre PSB e PT para 2022.

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