Estudo da FGV mostra que brasileiros interagem com grupo de extrema-direita dos EUA online

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jamildo

Publicado em 22/04/2021 às 15:20
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Um estudo recém-lançado da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP), que monitorou a plataforma Parler, revela que conjunto conservador brasileiro interage com publicações de influenciadores da extrema-direita americana que propagaram denúncias de fraude na eleição presidencial dos Estados Unidos. Sob a coordenação do diretor Marco Ruediger, o levantamento coletou 93,4 milhões de publicações na plataforma, entre 03 de novembro de 2020 e 07 de janeiro de 2021.

O grupo brasileiro foi o único de fora dos Estados Unidos a formar uma rede independente no aplicativo, ou seja, na plataforma de mídia social em que se reúnem os perfis mais radicais do movimento conservador americano, o Brasil é o 2º país a concentrar os principais temas em discussão. O estudo mostra, também, que 53,6% dos perfis ligados ao grupo sobre o Brasil interagiram com conteúdos sobre fraude eleitoral no período, recepcionando argumentos americanos ao contexto brasileiro.

A rede apresentou pico de mensagens durante a contagem de votos da eleição presidencial americana e no período da invasão ao Capitólio. Entre os 4 principais conjuntos encontrados, que somam 99,1% das interações ocorridas na plataforma, há amplo consenso em relação à defesa de pautas conservadoras, especialmente ligadas à plataforma política de Donald Trump.

O Parler é uma plataforma de mídias sociais no formato de microblog, ou seja, organizada a partir de publicações curtas, com até mil caracteres. Além disso, apresenta uma estrutura que difere da observada em outras plataformas de mídias sociais usualmente analisadas pela FGV DAPP. A principal distinção está relacionada à ausência de representatividade de perspectivas políticas.

A pesquisa O Parler e o ecossistema de direita [link] foi desenvolvida pela FGV DAPP no âmbito do projeto Digitalização e Democracia no Brasil , com apoio da Embaixada da Alemanha em Brasília. Com duração até 2022, o projeto conta com a experiência em pesquisa aplicada de redes sociais e da expertise de análise de políticas públicas da FGV DAPP.

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