Na CPI, ministro da saúde evita comentar sobre uso da cloroquina. 'Não faço juízo de valor'

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jamildo

Publicado em 06/05/2021 às 14:37
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"Não faço juízo de valor", disse o ministro em resposta a relator sobre se compartilha ou não opinião do presidente da República sobre prescrição de cloroquina.

“Não autorizei e não tenho conhecimento de que esteja havendo distribuição de cloroquina na minha gestão”, disse o ministro Marcelo Queiroga, questionado por Renan Calheiros.

"Não há pressão nenhuma. Essa é uma matéria de natureza técnica. O protocolo clínico e a diretriz terapêutica serão elaborados pelo Conitec”, disse Queiroga sobre possível pressão por presença da cloroquina no protocolo do SUS.

Antes, pressionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre o motivo do colapso na saúde, o ministro Marcelo Queiroga disse que houve "imprevisibilidade biológica" e, além disso, faltou fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

Em resposta ao relator, Queiroga afirmou que o Ministério da Saúde investiu R$ 23 milhões em campanhas de publicidade sobre medidas preventivas ao coronavírus e vacinação, com o objetivo de levar informações corretas à população.

Terceiro depoimento

A CPI da Covid-19 do Senado chega nesta quinta-feira (6) ao terceiro dia de depoimentos. Desde as 10h, quem depõe é o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Marcelo Queiroga está à frente do Ministério da Saúde desde 23 de março deste ano. O médico cardiologista assumiu o cargo com o desafio de chefiar a pasta no pior momento da pandemia no país.

O ministro é fortemente cobrado pela vacinação em massa da população.

Assista ao vivo ao depoimento.

Quatro requerimentos de convocação, de autoria do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), do vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Eduardo Girão foram aprovados pelo colegiado para o testemunho do atual titular da Saúde.

A comissão foi criada para apurar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia e para fiscalizar a aplicação de recursos federais por estados e municípios contra a covid-19.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, tem depoimento previsto para iniciar às 14h.

O ministro da Saúde e o presidente da Anvisa participarão da reunião da CPI na condição de testemunhas. Por isso, terão de se comprometer a dizer a verdade, sob o risco de incorrerem no crime de falso testemunho.

Eles participam da CPI após os depoimentos dos dois primeiros ministros da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que foram ouvidos nesta terça (04) e quarta (05), respectivamente.

Liberação de vacinas

Na tarde desta quinta, os senadores ouvirão o depoimento do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. A expectativa dos parlamentares é de que ele fale sobre os processos de liberação de imunizantes contra a covid-19, assim como o recente processo que culminou com a negativa do registro da vacina Sputnik V.

Assim como os senadores Alessandro, Girão, Randolfe e Renan, Angelo Coronel (PSD-BA) também endossa a autoria dos requerimentos de convocação do diretor-presidente da Anvisa.

Contra-almirante e também formado em medicina, Barra Torres tem o primeiro mandato como diretor-presidente da agência, de novembro de 2020 a dezembro de 2024.

Em 4 de março deste ano, Barra Torres esteve em sessão temática no Plenário do Senado para debater o andamento da imunização contra a covid-19 e os processos de aprovação de vacinas. Ele afirmou que o prazo da agência para aprovar o uso emergencial de vacinas é o "mais rápido do mundo".  

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