Antes crítico ao PSB, ex-deputado Edilson Silva nomeado para cargo comissionado por Paulo Câmara

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José Matheus Santos

Publicado em 12/05/2021 às 11:56
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Sem alarde, o governador Paulo Câmara (PSB) nomeou o ex-deputado estadual Edilson Silva (PCdoB) para um cargo em comissão, sem necessidade de concurso, no Governo de Pernambuco. O ato saiu na edição desta quarta-feira (12) do Diário Oficial do Estado.

Ele será assessor especial na Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

edilson silva nomeacao governo Foto: Reprodução/Diário Oficial do Estado de Pernambuco

Edilson Silva foi o primeiro deputado estadual do PSOL em Pernambuco, eleito em 2014, mas não conseguiu a reeleição em 2018, ficando na segunda suplência.

Costumeiro crítico do PSB, quando na oposição como deputado estadual, Edilson deixou o PSOL e se filiou ao PCdoB em outubro de 2019 para disputar um mandato de vereador do Recife em 2020. Não conseguiu se eleger vereador, tendo recebido 1.610 votos na capital pernambucana.

edilson silva candidato 2020 Foto: Reprodução/Estadão

O PCdoB faz parte da base aliada do PSB no estado. A presidente nacional da legenda comunista é a vice-governadora Luciana Santos.

Dentre as inúmeros denúncias apresentadas por Edilson contra o PSB, quando deputado estadual, está uma notícia-crime contra a pessoa do governador Paulo Câmara, em 2015, conforme publicado na época pelo Jornal do Commercio.

Veja o que foi publicado pelo Jornal do Commercio em agosto de 2015:

"Único parlamentar do PSOL e membro da bancada de oposição, o deputado Edilson Silva anunciou, nesta segunda-feira (17), na Assembleia Legislativa, que ingressa, nesta terça-feira (18), pela manhã, na Polícia Federal, com uma notícia-crime contra o governo estadual e o Comitê Gestor das Parcerias Público-Privada do Estado, denunciando irregularidades encontradas nos contratos da Arena Pernambuco por auditorias do Tribunal de Contas (TCE). “O que a Polícia Federal está vendo (os documentos) é o de menos grave”, disse Edilson.

O deputado aproveitou a sessão plenária em duas ocasiões – o pequeno expediente e o tempo de liderança – para abordar a Operação Fair Play, a investigação deflagrada pela Polícia Federal, sexta-feira (14), nas sedes da Odebrecht e do comitê. Edilson foi rebatido, nos dois momento, pelo líder do governo, Waldemar Borges (PSB), que negou irregularidades e afirmou que os contratos foram aprovados pelo Ministério Público. “Todas as sugestões do MPPE foram aceitas. O que houve foi frustração de receitas, mas o governo não pagou nenhum centavo até agora”, disse Borges.

A Operação Fair Play quer comprovar fraude na licitação da Arena e superfaturamento na construção, estimado em R$ 42,8 milhões (R$ 70 milhões em valor atualizado). Da tribuna, Edilson Silva assegurou que “ninguém vai conseguir colocar (a obra) debaixo do tapete”, nem o governo “colocará uma cortina de fumaça” na Alepe. “O aditivo contratual é, no mínimo, uma irresponsabilidade. Vou amanhã (nesta terça) à Polícia Federal levar as notas técnicas dos auditores do TCE que apontam o escândalo”, disparou.

Com as notas, Edilson já ingressou com denúncias no próprio TCE, no MPPE e na Justiça Federal. À época dos contratos, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o governador Paulo Câmara (PSB) eram presidente e vice do Comitê Gestor de PPPs. “Não há cortina de fumaça. Tudo foi feito com transparência e tudo que se quiser saber será respondido”, rebateu Borges."

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