Oposição quer CPI na Alepe para saber de quem partiu a ordem para ação do Batalhão de Choque em protesto contra Bolsonaro

Imagem do autor
Cadastrado por

José Matheus Santos

Publicado em 07/06/2021 às 18:08
X

O vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Alberto Feitosa (PSC), pretende entrar com um requerimento para que a Casa instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar de quem partiu a ordem para a ação da Polícia Militar (PM) durante o protesto do dia 29 de maio que culminou com dois feridos no Centro do Recife.

Os atos eram contrários ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e deixaram duas pessoas, que inclusive não estavam participando da manifestação, com perda da visão em um dos olhos.

No requerimento, o deputado Alberto Feitosa diz que a CPI precisa ser instalada, independentemente de ideologias e bandeiras partidárias dos parlamentares.

Blog questionou Feitosa sobre o que motivou a elaboração do requerimento. "Primeiro a própria ausência de respostas do Poder Executivo, que nega a autoria de quem foi a ordem. Depois, os atos subsequentes que a gente não vê todo dia, o comandante da PM que estava há mais de 4 anos entregou o cargo. Depois de dois dias, o secretário de Defesa Social entrega o cargo. E os feridos não têm a devida assistência do Estado", disse.

A oposição à direita tem 10 deputados estaduais na Alepe. São necessárias 17 assinaturas para a instalação da CPI.

Para chegar ao número necessário, o grupo da direita quer dialogar com o PSOL, de oposição à esquerda, que é representado pelo mandato coletivo Juntas na Alepe. Além disso, buscam o apoio do PT, que tem três parlamentares: Teresa Leitão, mais crítica ao PSB, e Doriel Barros e Dulcicleide Amorim, mais próximos ao Palácio do Campo das Princesas.

Para conquistar o apoio do PT, o grupo de oposição lembra que a vereadora do Recife Liana Cirne, que recebeu spray de pimenta nos olhos durante uma tentativa de negociação com policiais militares, cobrou apuração dos fatos.

Alberto Feitosa disse que o objetivo de uma eventual CPI seria ouvir o ex-comandante da Polícia Militar, Vanildo Maranhão, o ex-secretário de Defesa Social, Antonio de Pádua, soldados e outros agentes policiais que participaram da ação no Centro do Recife, as vítimas, técnicos de produtos de armas, coronéis da reserva, professores e especialistas em segurança pública.

 

"Entendendo o direito da população brasileira, e em especial da população pernambucana, de conhecer toda a verdade dos fatos ocorridos no dia 29/05/2021, sábado passado, decorrentes da passeata contra o presidente Bolsonaro e por vacinas, que resultaram em pessoas feridas, versões desencontradas, vazamentos de documentos, demissões de servidores do alto escalão da segurança, bem como, forte cobrança da imprensa, internacional, nacional e local", afirmou Alberto Feitosa.

"Entendo ser fundamental que a ALEPE cumpra seu papel constitucional e seu dever público de legislar e fiscalizar, nesse ato em especial, colaborar com a apuração da verdade, e ao final, apresentar até uma proposta de procedimentos para emprego da força pública de segurança, em ações de movimentos sociais, apresentamos uma proposta de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na ALEPE", acrescentou.

Tags

Autor