ALFREDO PINHEIRO

Presidente do Sindicombustíveis-PE descarta risco de desabastecimento, mas alerta: 'se a população correr sem necessidade, vai ter posto sem gasolina'

A fala ocorre em meio aos registros de longas filas em postos no Grande Recife desde a noite desta quarta-feira (08) em razão do movimento dos caminhoneiros.

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José Matheus Santos

Publicado em 09/09/2021 às 8:43 | Atualizado em 09/09/2021 às 9:54
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O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes, Alfredo Pinheiro, reafirmou, na manhã desta quinta-feira (09), que não há risco de desabastecimento nos postos de gasolina em Pernambuco.

A fala ocorre em meio aos registros de longas filas em postos no Grande Recife desde a noite desta quarta-feira (08).

"Os postos estão abastecidos, mas, se todo mundo de forma desnecessária correr aos postos, vai ter posto sem quantidade necessária para abastecer. Em Suape, todo mundo conseguiu carregar combustível normalmente. Eu sei que está todo mundo com receio e medo de faltar, mas o pânico leva a consequências priores", afirma Alfredo Pinheiro.

"É a mesma coisa se todo mundo correr para o supermercado, vai faltar comida. Porque entre o tempo que o consumidor leva o produto e o tempo de chegada há um intervalo de tempo", afirmou o presidente do Sindicombustíveis.

"Não adianta ir para os postos encher dessa forma. E hoje em dia temos a alternativa do GNV, a maioria dos (motoristas de) aplicativo estão com GNV, para uma necessidade de movimentação da população", afirmou.

O presidente do Sindicombustíveis ainda disse que a recomendação é que as pessoas não corram para os postos "na ânsia e na base do medo".

Para Alfredo, as movimentações dos caminhoneiros começaram quando alguns membros da categoria voltaram das manifestações de 7 de Setembro. "Na volta para casa após o 7 de setembro, eles começaram a fazer essas paralisações, e sempre tem gente do bem e quem está interessado em que as coisas não fluam", disse.

"O que prejudica são as pessoas mandarem imagens (nas redes sociais) que não são atuais, que são antigas e isso causa uma corrida desnecessária a supermercados, postos de gasolina, farmácias. Acredito que essa situação tende a ser resolvida e não vai prejudicar o desabastecimento. Estamos preparados para abastecer a sociedade, foi assim na greve dos caminhoneiros (em 2018) e na pandemia, quando abrimos todos os dias", afirmou o presidente do Sindicombustíveis em Pernambuco.

O novo movimento de parte dos caminhoneiros ocorre com bloqueio em estradas federais de 16 estados, incluindo em Pernambuco, com dois pontos de retenção.

As manifestações começaram um dia depois dos atos de 7 de Setembro, em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que não irá cumprir decisões do ministro Alexandre de Moraes. As falas de Bolsonaro atentam contra a Constituição. Pela Carta Magna, nenhum brasileiro pode se recusar a descumprir determinações da Justiça.

Em Pernambuco, houve bloqueio na BR-101 Norte, em Igarassu, no Grande Recife, mas a via foi liberada por volta das 08h. Por volta das 07h28 desta quarta-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que a BR-408, em Paudalho, na Zona da Mata, foi totalmente liberada pelos caminhoneiros. Com essas liberações, não há mais pontos de bloqueio em estradas federais de Pernambuco.

Possíveis aumentos?

Indagado sobre a possibilidade de haver aumento nos preços dos combustíveis, inclusive da gasolina, diante da escalada da procura no Grande Recife, Alfredo Pinheiro disse que não há recomendação do Sindicombustíveis para variações nos valores, mas não descartou a possibilidade de mudança de preço a depender da realidade de cada posto de combustível.

"O mercado é livre, cada um vai fazer o que acha que tem que fazer, o sindicato não aconselha nenhum empresário, nenhum revendedor, a fazer majoração para baixo ou para cima. Mas existe todo um receio da população, e dentro da lei de oferta e da procura. Não acredito que isso venha a acontecer, pode ser em casos pontuais, e não podemos garantir (que não haja), e a gente não acredita (em aumentos nos preços) em virtude da normalidade", disse Pinheiro.

O presidente do Sindicombustíveis ainda afirmou que não vislumbra eventuais aumentos por parte da Petrobras em razão do movimento de bloqueios por parte dos caminhoneiros.

O que querem os caminhoneiros agora

Em um movimento iniciado nas estradas nesta quarta, os caminhoneiros protestam contra a alta dos combustíveis, sobretudo o diesel, o derivado de petróleo utilizado os veículos dirigidos pela categoria, e são a favor do voto impresso, que foi rejeitado em agosto pelo plenário da Câmara dos Deputados.

O voto impresso é uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro. Ele alegou diversas vezes que, sem o modelo, poderá não haver votação nas eleições de 2022 e que, se houver, haveria possibilidades de fraudes. O chefe do Executivo chegou a mencionar supostas possibilidades de fraudes em eleições anteriores, mas confessou não ter provas.

De acordo com lideranças dos caminhoneiros, que não endossam os protestos dos caminhoneiros, as paralisações são organizada por grupos que apoiam o governo.

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