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Oposição vai acionar MPF para investigar offshores de Paulo Guedes e Campos Neto

Marcelo Freixo, Alessandro Molon e Kim Kataguiri

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Augusto Tenório

Publicado em 03/10/2021 às 19:07 | Atualizado em 03/10/2021 às 19:14
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Deputados que integram a oposição ao Governo Bolsonaro na Câmara afirmaram que vão pedir ao Ministério Público Federal investigação contra Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Isso ocorre após reportagens revelarem que eles possuem offshores em paraísos fiscais, mesmo depois de ocuparem seus cargos.

"Eu e os demais líderes da oposição na Câmara vamos acionar o MPF para que Paulo Guedes e Roberto Campos Neto sejam investigados por manterem empresas num paraíso fiscal. A legislação brasileira proíbe que membros da cúpula do governo mantenham esse tipo de negócio", anunciou o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ).

As descobertas foram publicadas pela Revista Piauí e os portais Metrópoles, Poder 360 e Agência Pública, como parte do Pandora Papers. Trata-se de investigação jornalística internacional responsável por revelar mais de 27 mil detentores de offshores, dentre os quais figuram 1,8 mil brasileiros.

Valores

De acordo com as publicações, Paulo Guedes tem mais de US$ 9,5 milhões em conta do banco Credit Suisse, localizado em Nova York. A conta é de uma offshore aberta em 2014 pelo atual ministro, chamada Dreadnoughts International. 

No caso de Campos Neto, o presidente do BC manteve uma offshore no Panamá até agosto de 2020. Ela foi aberta com capital de US$ 1,09 milhão. Além de Marcelo Freixo, Alessandro Molon (PSB-RJ) e Kim Kataguiri (DEM-SP) também manifestaram intenção de pedir investigações. O líder da oposição também quer convocá-los à Câmara para explicações.

Vale lembrar que, no Brasil, manter offshores não é ilegal, sendo necessário informar a Receita Federal e o Banco Central caso o valor dos ativos passem US$ 1 milhão. O problema envolvendo o caso de Guedes e Campos Neto, porém, seria o Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Guedes afirmou à Piauí que, em 2019, declarou à Comissão de Ética Pública suas contas no exterior. Campos Neto, por sua vez, afirmou que os valores foram declarados. Ele encerrou as atividades da sua offshore em agosto de 2020.

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