De que lado você samba?

Eduardo da Fonte pode abrir dissidência em Pernambuco, caso Bolsonaro entre no PP

Os aliados de Dudu da Fonte esperam que movimento fortaleça o partido ainda mais, com novos candidatos pela legenda

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Jamildo Melo

Publicado em 05/10/2021 às 13:46 | Atualizado em 05/10/2021 às 14:13
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O Partido Progressitas de Pernambuco, ao lado das executivas da Bahia e Paraíba, podem abrir dissidência no PP Nacional e com isto evitar dar apoio oficial ao presidente Bolsonaro, caso entre mesmo no partido para disputar as próximas eleições.

Os aliados do progressista contam que o deputado federal pode adotar facilmente uma posição de dissidência, em relação à direção nacional, caso o cenário se confirme. Isto aconteceria porque, diferente de outras executivas estaduais, mais frágeis e provisórias, a executiva de Pernambuco foi eleita há dois meses e tem autonomia por dois anos. Assim, ela não é obrigada a seguir a orientação nacional, sob risco de ser dissolvida, como as comissões provisórias.

Resumindo, Dudu da Fonte, conforme correligionários, pode receber Bolsonaro e não ter que sair da Frente Popular. "O PP Nacional pode apoiar Bolsonaro, não tem problema. Não há uma interferência direta no local", explica o aliado. Essa questão já teria sido discutida com Ciro Nogueira.

Ou seja: Eduardo da Fonte e seus aliados locais não tem como vetar a entrada de Bolsonaro, mas podem não ser obrigados a dar palanque.

Os aliados contam que a situação pode ser boa no Sul e no Sudeste, onde o bolsonarismo encontra acolhida, mas não se repete no Nordeste. O movimento para receber Bolsonaro, por esta lógica, atende ao interesse dos parlamentares do PP que querem engordar o partido nas regiões mais desenvolvidas.

Mais há um porém: Mesmo com a dissidência, o PP pode crescer no Estado, com a procura de candidatos a deputado federal ou estadual que queiram se ligar ao nome de Bolsonaro.

Com mais calda, aliás, o PP local já imagina que possa eleger até 15 estaduais e cinco federais. Hoje tem 11 deputados estaduais. "Vamos ter voto de legenda, valoriza o PP, dá um up grade no partido em Pernambuco". Pode ser, mas Dudu da Fonte não sai do eixo em que está.

Entenda a polêmica

O deputado federal André Fufuca disse ao Antagonista que, de 0 a 10, a chance de Jair Bolsonaro se filiar ao PP estaria hoje em 9.

Fufuca assumiu o comando do PP depois que o senador Ciro Nogueira virou ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro.

O deputado negou que lideranças do partido teriam oferecido a Bolsonaro, nessas negociações para possível filiação, uma fatia do fundo eleitoral de R$ 140 milhões, como informou José Casado.

“Bolsonaro nunca falou sobre fundo.”

O Antagonista ponderou com Fufuca que há muita gente no PP, sobretudo no Nordeste, que quer caminhar com Lula em 2022.

“Se Bolsonaro vir, o partido irá 100% com ele”, disse o deputado e presidente em exercício.

Como fica a situação de Pernambuco?

O site nacional não cita diretamente Pernambuco, mas o caso é exemplar. O deputado federal Eduardo da Fonte teria que abandonar a estratégia de colocar o pé em duas canoas e escolher um dos lados. O PP vai ficar carimbado como bolsonarista, levando o número do candidato.

Quem pode se beneficiar deste fato novo pode ser o candidato do Democratas, Miguel Coelho, ou mesmo Gilson Machado, caso saia candidato a governador. Não há certeza quanto a isto.

O curioso é que Dudu da Fonte havia feito um movimento para se aproximar mais ainda de Lula, em suas viagens mais recentes pelo Nordeste e Recife, além de pleitear uma vaga ao Senado na chapa do PSB.

A chegada de Bolsonaro é dada como certa em Brasília, restando apenas a configuração em dois ou três estados.

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