Silas Malafaia diz que líderes evangélicos não indicaram André Mendonça e acusa ministros
Jair Bolsonaro está em impasse após avanço do Centrão por indicação de outro nome ao STF
Criou-se um rebuliço com a expectativa do "arrasa quarteirão" prometido por Silas Malafaia contra dois ministros de Jair Bolsonaro (sem partido). A bomba mostrou-se um traque de massa: em vídeo publicado no YouTube, o pastor não fez nenhuma revelação. Apenas disse que André Mendonça não foi indicado por líderes evangélicos, mas pelo presidente, e cobrou de Ciro Nogueira (PP) e Flávia Arruda (PL) empenho na defesa do AGU para a vaga no STF.
No vídeo, publicado pelo pastor em seu canal do YouTube, Silas Malafaia diz: "Quero afirmar peremptoriamente que nós, líderes evangélicos, não indicamos André Mendonça [ao STF]. O presidente nos perguntou se ele era alguém 'terrivelmente evangélico'. A indicação é de Jair Messias Bolsonaro".
O pastor "acusa" Ciro Nogueira (PP), ministro da Casa Civil, de ter jantado com Renan Calheiros (MDB), que pretende indiciar Jair Bolsonaro com o relatório da CPI da Covid. Silas ainda cobrou de Ciro, um dos líderes do Centrão e suposto articulador da indicação de outro nome ao STF, uma coletiva de imprensa para defender André Mendonça.
"O ministro Ciro Nogueira e a ministra Flávia Arruda são obrigados a emitirem nota e trabalhar pela indicação do presidente. (...) A indicação de ministros do STF é política", afirma o Silas Malafaia em outro trecho.
Centrão quer nome no STF e coloca Bolsonaro em impasse com evangélicos
Jair Bolsonaro (sem partido) se encontra num impasse entre os evangélicos, sua base de sustentação popular, e o Centrão, sua coluna de apoio no congresso. De acordo com informações da Folha de São Paulo, o grupo de parlamentares quer um novo nome para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o jornal, o nome de Alexandre Cordeiro de Macedo, atual presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), estaria sendo trabalhado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI); da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF); e de Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN).
O problema é que o nome indicado por Bolsonaro ao STF teria de ser, nas palavras do presidente, "terrivelmente evangélico". Quando indicou Kassio Nunes Marques em outubro do ano passado, criou-se uma série de rusgas com o público dessa religião, que agora aguarda o nome conservador para defender sus pautas no Supremo.
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Vale lembrar que Jair Bolsonaro (sem partido) já indicou à sabatina o nome de André Mendonça, advogado-geral da união. A indicação para a vaga de Marco Aurélio Mello, porém, incomodou o centrão.
Quem não parece gostar da ideia é Silas Malafaia. Em seu Twitter, a liderança evangélica escreveu: "Não adianta! Se barrarem André Mendonça, Bolsonaro vai indicar um outro terrivelmente evangélico para o STF".