Nova orla

Acordo da PCR e barraqueiros para renovar quiosques em Boa Viagem completa um ano e não sai do papel

A promessa inicial da associação dos barraqueiros era de que o projeto fosse conclupido em seis meses. Um ano depois, nada foi feito

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Jamildo Melo

Publicado em 13/10/2021 às 12:32 | Atualizado em 13/10/2021 às 14:11
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Nesta semana que passou, o blog revelou que o prefeito João Campos, do PSB, planeja tocar por conta própria a requalificação dos quiosques de Boa Viagem, hoje a maior parte em ruínas, um ano depois da própria municipalidade ter aceito na gestão Geraldo Julio um acordo pelo qual a associação dos barraqueiros conduziria as mudanças, com a ajuda da iniciativa privada.

A avaliação do prefeito é que a inação, bem no meio do maior cartão postal da cidade, prejudica a imagem da própria gestão. João Campos diz que a licitação dos quiosques é urgente e admite até tocar por conta própria a licitação para a recuperação.

Na primeira fase, mais urgente, João Campos deu ordem para que se resolva a licitação dos quiosques. A gestão espera uma definição até o dia 20 ou 25 deste mês. Caso a associação dos barraqueiros não passe a tirar do papel, a ordem do prefeito é lançar uma licitação por conta própria. "Não dá para aguardar mais, é um projeto que exige urgência máxima".

O último projeto de grande porte na orla recifense ocorreu há 12 anos.

O “acordo de cooperação” entre a Prefeitura do Recife (PCR) e a Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife (ABCR) foi assinado e publicado no Diário Oficial do Recife na terça-feira (04/08/2020), dando sinal verde para a requalificação dos 60 quiosques localizados no calçadão das praias de Boa Viagem e do Pina.

De acordo com o acordo de cavalheiros assinado entre as partes, as melhorias seriam coordenadas pela ABCR e visavam não só causar impacto visual, com uma arquitetura moderna – e cores inspiradas na sombrinha de frevo pernambucana -, mas também transformar a vida dos trabalhadores dos quiosques, com reforço na segurança e na requalificação profissional, com a parceria do Sebrae e Senac.

No papel, caberia à ABCR, ainda, a captação de investimentos por via de parcerias privadas, sem a utilização de recursos públicos para viabilizar as melhorias. Um ano depois, não se tem notícia de um único empreendedor interessado.

Pelo projeto apresentado há um ano, os quiosques iriam ser contemplados com instalação de duchas, ampliação da área sombreada e banquetas para um maior conforto dos usuários.

A promessa era que fosse uma obra rápida. "Com período de construção, para cada uma das unidades, entre 15 e 18 dias. Num prazo máximo de seis meses, a partir do seu início, a orla estará transformada", diziam os proponentes.

“É um projeto estruturante e transformador, com as mudanças visíveis no contexto da engenharia, mas com o olhar especial para as pessoas que fazem parte desse contexto, das que trabalham e também daquelas que desfrutam a Orla”, destaca o coordenador do projeto, Sérgio de Pinho, em agosto de 2020.

A presidente da Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife, Josiane Bezerra, afirmou que o projeto era inovadore daria nova vida às unidades. "Será um presente para o cartão-postal mais célebre do Recife, a Praia de Boa Viagem". Só que o cartão não chegou.

“Agora vamos ter um quiosque bonito, com as cores da sobrinha de frevo, as mesmas da bandeira de Pernambuco. Estamos muito felizes de poder usufruir o que tem de melhor no nosso maior cartão-postal”, dizia Josiane Bezerra.

Aline Mariano e João Braga

A então vereadora Aline Mariano também participou das negociações, mas não se reelegeu. Ela informava que esteve ao lado dos quiosqueiros desde o início, com intuito de transformar a idéia em realidade. Ela dizia que funcionou como catalisador nas conversas com o Secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga.

“Para todos nós, é uma satisfação ter estado ao lado da ABCR neste projeto. Travamos muitas lutas, com muitas audiências públicas, reuniões com associados, gestores públicos. E agora chegamos nesse ponto. É o que eu digo: política só faz sentido quando é um instrumento de transformação”, afirmou Aline Mariano, em agosto de 2020.

"João Braga foi figura central no processo. Ao longo dos últimos anos, ele vem organizando os espaços públicos da cidade, como o Mercado São José, só para citar um exemplo".

 

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