POLÍCIA

Quem é Allan dos Santos e o que ele falava no seu Twitter?

Bolsonarista é conhecido por disseminar desinformação nas redes sociais

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Augusto Tenório

Publicado em 22/10/2021 às 9:47
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Allan dos Santos, conhecido como disseminador de desinformação nas redes sociais, teve pedido de prisão e extradição determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Mas o que o blogueiro bolsonarista falava em seu Twitter?

Durante a pandemia do novo coronavírus, Allan dos Santos começou a disseminar conteúdo de cunho negacionista no seu Twitter. Por determinação da Justiça, teve a conta suspensa na rede social. Apesar disso, ainda é possível encontrar no microblog registros de suas falas. 

Também na rede social, ele já escreveu que "omitir o uso de cloroquina é o mesmo que deixar judeus na dúvida entre o chuveiro e câmara de gás". O blogueiro também associou as FARC ao ex-presidente Lula.

Na rede social, pediu para que militantes criarem aplicativos e e localizarem quem comemora e promove o comunismo, "Assim que o STF decidir, poderemos caçar essas pessoas e: prendê-las, 'linchá-las' nas redes sociais, publicar seus endereços etc".

Quem é Allan dos Santos?

Allan dos Santos é dono do canal Terça Livre, uma mídia conhecida entre os conservadores mais fervorosos. O blogueiro e um dos aliados mais próximos da família Bolsonaro e passou a ser investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF): o que apura ameaças a ministros e disseminação de conteúdo falso na internet e o que investiga o financiamento de atos antidemocráticos.

DIVULGAÇÃO
Allan dos Santos e Jair Bolsonaro - DIVULGAÇÃO

Allan dos Santos deixou o Brasil após se tornar alvo de operações. Suspeita-se que, em julho, o blogueiro entrou nos Estados Unidos com visto de turista. Sobre os inquéritos, o bolsonarista nega ter envolvimento em irregularidades.

A decisão de Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido da Polícia Federal (PF) e determinou a prisão preventiva de Allan dos Santos por suspeitas de atuação em organização criminosa, crimes contra honra e incitação a crimes, preconceito e lavagem de dinheiro. Em outra decisão, igualmente a pedido da PF, ele determinou que o Google informe sobre lives e doadores do canal Terça Livre, desde janeiro de 2020.

Também foi determinado o bloqueio de contas e de remessas de dinheiro a Santos, que está nos Estados Unidos, e requisitada cooperação jurídica para sua extradição. A embaixada norte-americana também foi informada.

NELSON JR/STF
Decisão do ministro foi tomada depois que o presidente anunciou que se apresentará pessoalmente - NELSON JR/STF

Segundo o ministro, a representação da Polícia Federal aponta o investigado como integrante de organização criminosa que aufere vantagem econômica por meio da monetização de vídeos e de doações. Para o relator, as medidas são necessárias para impor restrições financeiras, pois “há fortes indícios de que os valores arrecadados por meio de vídeos e lives na internet são utilizados de maneira ilícita, financiando a estrutura da organização criminosa que se investiga”.

Na avaliação do ministro Alexandre de Moraes, a prisão preventiva é a única medida apta a garantir a ordem pública, pois Santos continua a divulgar conteúdo criminoso, por meio de redes sociais, com objetivo de atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização e gerar animosidade dentro da sociedade, “promovendo o descrédito dos Poderes da República, além de outros crimes, e com a finalidade principal de arrecadar valores”.

De acordo com o ministro, o quadro fático que tem se consolidado, desde o ano passado, permite concluir pela adequação e pela proporcionalidade da medida extrema de restrição de liberdade, pois as medidas cautelares anteriormente impostas foram ineficientes para coibir as práticas criminosas. "O que se observa, na verdade, é o crescimento do protagonismo de Allan Lopes dos Santos dentro da organização criminosa investigada, com arrecadação de dinheiro e propagação ampla de ataques ao Estado Democrático de Direito", destacou.

As decisões do ministro Alexandre de Moraes estavam sob sigilo, mas foram divulgadas hoje em razão de vazamentos com trechos incompletos das decisões.

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