Michele Collins defende Bolsonaro e é convidada a deixar base de João Campos na Câmara
Vereadora fez críticas às políticas sociais do prefeito e causou mal-estar na base
Na Câmara Municipal do Recife, vereadores já enxergam um desembarque de Michele Collins (PP) da base do prefeito João Campos (PSB). Isso acontece após a vereadora fazer discurso favorável ao Governo Federal e crítico à gestão municipal na Reunião Ordinária desta segunda (25).
No sábado, a vereadora conservadora e evangélica esteve em evento promovido pela direita nacional. E teve o nome louvado pelo coronel Meira no palco por mais de uma vez. Meira chegou a chamar o governo do PSB de corja que está no poder há anos.
A discussão na Câmara foi sobre um voto de repúdio ao veto de Jair Bolsonaro (sem partido) ao PL de Marília Arraes (PT), que previa distribuição de absorventes. A medida foi aprovada com 17 votos a favor e 7 contrários nesta segunda pela Câmara Municipal. Ela se posicionou de maneira contrária, cobrando respeito ao presidente Jair Bolsonaro e ainda afirmou que o Auxílio Brasil de R$ 400 permitiria às mulheres a compra do item.
A fala causou mal-estar entre lideranças da base do prefeito João Campos (PSB).
O vereador Rinaldo Júnior (PSB), deu o tom.
"Quem achar que esse programa não é importante para a cidade do Recife, como quem acha que o veto do presidente da República foi correto, quem não achar que o prefeito João Campos não tem feito um bom trabalho em discutir a pobreza menstrual do nosso recife, infelizmente deve ir para a oposição fazer essa discussão lá".
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"Isso não é motivo para o vice-líder do governo indicar que eu, como vereadora que ainda está na base do governo, tenha que ir para a oposição para discutir esse tipo de assunto. Acho que a gente tem nesta casa liberdade de estar onde está, seguir a orientação dos nosso partidos", comentou Michele Collins em seguida.
Na sessão, falou-se sobre o Projeto de Lei do vereador Hélio Guabiraba sobre a distribuição gratuita de absorventes nas escolas públicas do Recife. O Projeto de Lei Ordinária (PLO) nº 311/2019 desencadeou na na criação do Programa Ciclo de Cuidado. A vereadora elogiou a iniciativa do vereador, mas criticou a gestão municipal.
Michele Collins de olho na sobrevivência em 2022
Enquanto isso, interlocutores do Blog enxergam a movimentação como estratégica. Com a possível filiação de Bolsonaro ao PP, a permanência na base do PSB pode torna-se inviável em ano eleitoral para os mais radicais.
Além disso, figuras como o vereador Júnior Tércio (Podemos) e a deputada estadual Clarissa Tércio (PSC) avançam no eleitorado religioso, aliadas oficialmente ao bolsonarismo, sobre o eleitorado conservador e evangélico ligado ao bolsonarismo.
Dessa forma, descolar-se da base de João Campos pode ser um caminho necessário para continuar com o nome palatável nesse nicho.