Saneamento básico

Habitacionais do Encanta Moça não serão entregues em abril por conta do descompasso entre Prefeitura do Recife e Compesa

Entrega das casas populares vai atrasar por conta de ações complementares da Compesa

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Jamildo Melo

Publicado em 04/11/2021 às 16:31 | Atualizado em 04/11/2021 às 17:48
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Durou cerca de meia hora a audiência pública da Câmara do Recife sobre o projeto habitacional do Encanta Moça, no Pina, nesta quinta-feira. Com uma novidade. Hevará atraso na entrega. Em audiência pública mediada pelo vereador Paulo Muniz, a Compesa surpreende até Prefeitura do Recife ao informar que ainda nem iniciou processo licitatório.

A Compesa disse que somente agora vai iniciar o processo licitatório. A estimativa é que sejam 120 dias para o processo de licitação, com a execução de seis a oito meses.

“A Prefeitura procurou a Compesa solicitando que fizéssemos o trecho da elevatória do Aeroclube até o ponto de coleta da estação para viabilizar o empreendimento. Estamos na fase de análise de orçamento para poder iniciar o processo licitatório, que gira em torno de 120 dias. Pretendemos publicar a licitação até o final de novembro. A execução da obra leva de seis a oito meses”, afirmou Jamily Cruz, gerente técnica de Engenharia da Compesa, explicitando que serão necessários mais do que os seis meses que restam para a entrega das 600 moradias dos habitacionais.

A informação pegou de surpresa até o representante da Prefeitura do Recife, Pedro Placido, secretário-executivo de Projetos do Gabinete de Projetos Especiais.

"Iniciamos as tratativas com a Compesa há 45 dias. Estamos alinhando detalhes de adequação orçamentária, retificação da planilha. Mas estou agora, na audiência pública, tendo noção do prazo. O susto foi meu também. Vamos avaliar o que podemos fazer para otimizar esse prazo de licitação da obra”, disse Placido, propondo uma nova audiência pública para o mês de dezembro pra que apresentem um novo planejamento.

“Nesta audiência ficou claro que minhas preocupações iniciais com as obras do Aeroclube são extremamente válidas. O projeto já começa mostrando que realmente há muito pouca conversa e pouco alinhamento entre os times para que a obra funcione. Seiscentas famílias que esperam receber em abril seus apartamentos saem hoje com a notícia de que isso não mais acontecerá. Os habitacionais são a primeira parte do complexo enorme do Aeroclube. Se isso não funcionar bem agora, imagina no restante das obras”, avaliou Paulo Muniz.

CHARLES JOHNSON/Divulgação
Vereador do Recife - CHARLES JOHNSON/Divulgação

Temores confirmados

Nesta quarta-feira, o vereador Paulo Muniz já havia dito ao blog que as obras de saneamento dos habitacionais Encanta Moça 1 e 2, no Pina, o preocupam. Além da Compesa, a BRK Ambiental participaram da audiência pública, que foi transmitida pelo Youtube da Câmara Municipal do Recife, às 15h. A Secretaria de Saneamento do Recife também foi convidada para o evento.

O presidente da Comissão de Acompanhamento das Obras do Parque do Aeroclube, onde os prédios estão sendo erguidos, realizou a audiência pública nesta quinta-feira (4), para que a Compesa explicasse como e quando fará a ligação até a estação de tratamento de esgoto na Av. Conselheiro Aguiar, visto que faltam seis meses para a entrega das moradias, e os trabalhos ainda não começaram.

Muniz queria detalhes das intervenções necessárias nas ruas do bairro para levar os tubos subterrâneos ao local, a cerca de 1 km do Aeroclube.

“Visito com frequência os habitacionais da Zona Sul e o que presencio é terrível: péssimo odor próximo às residências, criança brincando junto de água suja e, o pior, tubulação de esgoto lado a lado à de água. Abrir um chuveiro e cair dejetos não é raro nesses locais. É desumano. Por isso a importância de sabermos, desde já, o que estão planejando para as 600 famílias que morarão nos novos edifícios”, diz Paulo Muniz.

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