
Enquanto segue indefinida a situação do Carnaval no Recife para o próximo ano, observa-se a movimentação de diferentes atores. Nos bastidores ou institucionalmente, grupos defendem seus interesses sobre a realização ou não da festa na capital pernambucana. O clima, porém, parece tender para a suspensão da festa.
Em entrevista ao Blog de Jamildo, Ana Paula Vilaça, futura secretária do Escritório de Gestão do Centro do Recife, adianta que a questão segue indefinida. Apesar disso, comenta a criação de comitê integrado da Prefeitura do Recife e o Governo de Pernambuco para acompanhar a movimentação de outros países e cidades sobre o tema.
"Esse é o movimento que estamos fazendo: de avaliar os prós e contras, as consequências, fazendo processos de escuta junto aos produtores de eventos, às agremiações e artistas, que sofreram tanto durante esse período. A gente sabe do impacto econômico, mas sempre vamos nos pautar pelas questões sanitárias, pelas questões da saúde. Esse comitê vem trabalhando arduamente e acho que será uma das decisões mais difíceis de serem tomadas", disse Ana Paula.
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Nos bastidores, o Blog apurou que representantes do grande empresariado deixam claro que não defendem a realização do Carnaval, com medo de um possível agravamento da situação sanitária no futuro por causa das aglomerações e fluxo de pessoas.
Na última semana, João Campos (PSB), propôs a criação de um comitê executivo entre as cidades que promovem os maiores carnavais do país. A ideia surge de encontro do prefeito do Recife com Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro. Dessa forma, a capital pernambucana e a carioca poderiam alinhar ações conjuntas com Salvador, São Paulo e Belo Horizonte.
Enquanto isso, evangélicos também se movimentam. Michele Collins (PP), pediu, também na semana passada, a suspensão do carnaval de 2022 nos meses de fevereiro e março. A vereadora relata temor de uma possível quarta onda da Covid-19, citando aumento de casos em outros países. A parlamentar deu entrada num requerimento, na Câmara do Recife, fazendo o pedido oficialmente ao prefeito João Campos.
"Segundo a Organização Mundial de Saúde divulgou um boletim mostrando que houve um aumento, na última semana de outubro, foram registrados 1,8 milhão de novos casos e 24 mil novas mortes relatadas. Eles já estão vendo a questão do lockdown novamente. Como vamos fazer uma aglomeração do tamanho do carnaval em Recife, que no Galo da Madrugada, reúne mais de 2 milhões de pessoas?", questionou Michele Collins.
A parlamentar, presidente da Comissão de Direitos Humanos, completa: "A vacina não garante que as pessoas não peguem covid. É preciso manter todos os cuidados como o uso de máscaras, álcool e o distanciamento. Não há como garantir isso no carnaval. Não podemos esquecer os milhões que foram gastos com a saúde por conta desse vírus. Já conhecemos como foi em 2020, vamos pagar para ver?".
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