Câmara do Recife ouve Conselhos de Arquitetura e Engenharia sobre Parque do Aeroclube
Projeto do novo parque vai sendo discutido na Câmara do Recife
Os temas ampliação da área verde, articulação do parque com vizinhança, utilização de modal aquaviário e criação de áreas de contemplação foram algumas das sugestões para o projeto do Parque do Aeroclube recebidas durante audiência pública realizada pelo vereador Paulo Muniz, presidente da Comissão de Acompanhamento das Obras do Parque do Aeroclube, nesta quinta-feira (25).
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O evento contou com a participação virtual de representantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), do Conselho de Engenharia e Agronomia (CREA), além de ambientalista e integrantes de movimentos populares.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA) destacou a necessidade de compartilhamento do espaço.
“Parque com habitacional precisa ser compartilhado com vizinho, ter o máximo de ligação com a vizinhança. É fundamental pra justificativa social do parque que haja uma aceleração dessa destinação da área do Pina, onde a população é muito carente, chegar ao local com a facilidade que a de Boa Viagem chegará”, disse o engenheiro civil Maurício Andrade.
A entidade destacou ainda quatro pontos.
"Criação de acessos por meios ativos (a pé ou de bicicleta) do parque com quem ele precisa atender. Refinar a ligação com a comunidade do Bode, que ainda parece estar desarticulada. Ampliar a área verde. Minimizar área pavimentada e maximizar área natural. Articulação do parque com ciclovias e com projetos como o Bike PE. A região é muito prejudicada por esgoto, é preciso despoluir o entorno. Parque é feito de salubridade, é necessário que o ambiente esteja com o ar limpo. Para isso, deve ser feita associação do cronograma do projeto de saneamento da RMR", enumerou.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU) também citou prioridades.
“Recife foi construído por retalhos ao longo das décadas. Faço um pedaço, depois outro e ligo de qualquer jeito. Precisamos começar a pensar a cidade como um todo. Olhar o parque junto com a cidade de maneira que ele faça parte do tecido urbano futuro de uma maneira equilibrada e sustentável”, disse o conselheiro titular Jaime Tavares Alheiros Neto.
"Deve haver alinhamento com outras estratégias que o município vem desempenhando do ponto de vista de mobilidade e ocupação dos rios. Uma ideia seria que ali tivesse um ponto de desembarque integrando o parque por modal aquaviário. Mais memória aeroviária no parque, levando para o local a aeronave que está no campo da Aeronáutica, prestes a ser enviada ao Rio Grande do Norte. Tratar elementos paisagísticos que sirvam de barreiras vegetais pra amortecer impacto de ruído e poeira vindos da Via Mangue. Parque de integração social, com exploração de produção e capacitação de pessoal, empreendedorismo, oportunizando geração de negócio".
O biólogo e professor da UPE Clemente Coelho Júnior focou na necessidade de áreas de contemplação com vista para lâmina d’água, floresta de mangue e da fauna local. Inclusão de mirante, aos moldes do Espaço Ciência. Na fala, defendeu estimular viveiro de espécies nativas para que se possa fazer arborização para atrair aves. Ele pediu a manutenção de áreas verdes de forma sustentável, com construção de cisternas e utilização de energia solar para irrigação da vegetação.
“Patinamos há décadas sobre o uso das nossas lâminas d’água para transporte. Há mais de 20 anos que moro aqui e sempre questiono se um dia teremos transporte aquaviário”, disse Clemente Coelho.