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Bosques de Ruanda ficam pequenos para crescente população de gorilas; saiba qual é a alternativa para o problema

Agora esses animais não têm espaço suficiente para crescer

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AFP

Publicado em 30/01/2022 às 9:00
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Com centenas de exemplares de gorilas da montanha, o Parque Nacional Vulcões de Ruanda é um triunfo da preservação. O sucesso tem sido tamanho que, agora, estes macacos majestosos não têm espaço suficiente para crescer.

Estendendo-se ao longo de Ruanda, Uganda e República Democrática do Congo, a cadeia montanhosa de Virunga abriga oito vulcões no coração da densamente povoada região dos Grandes Lagos e, junto com a Floresta Bwindi, em Uganda, é o único habitat no mundo para os gorilas das montanhas.

Os administradores do parque de Ruanda estão orgulhosos do sucesso na regeneração desta população de primatas.

"No censo que fizemos em 2010, havia 880 gorilas da montanha. Em 2015, fizemos outro censo que mostrou que tínhamos 1.063" no maciço de Virunga e no parque Bwindi, disse o guarda-florestal Felicien Ntezimana à AFP, antes de uma caminhada pela densa floresta onde vivem esses animais.

Graças a este novo impulso, esta espécie conhecida por seu pelo mais duro e longo está agora classificada como "em perigo" pela União Internacional pela Conservação da Natureza, enquanto outros grandes símios são considerados "criticamente ameaçados".

Foi um longo caminho desde os anos 1980, quando a população caiu para 250 nas montanhas Virunga, como resultado de décadas de caça ilegal, e a famosa primatologista americana Dian Fossey foi morta neste mesmo parque por sua luta contra essa atividade.

O aumento da segurança e uma campanha pela colaboração dos habitantes locais ajudaram a mudar o destino da espécie.

Hoje, 10% dos US$ 1.500 do ingresso para o parque vão para projetos comunitários, e 5% são destinados a um fundo de compensação para os moradores.

Longe de serem odiados e temidos como no passado, os gorilas agora são vistos como essenciais para o futuro econômico da comunidade, explica Jean-Baptiste Ndeze, um idoso residente em Musanze, um município nos arredores do parque.

Antes da pandemia da covid-19, o setor contribuía com US$ 25 milhões para a economia do país.

Efeito colateral

O sucesso levou, no entanto, a consequências imprevistas.

Há 25 anos, as autoridades ruandesas monitoravam 100 primatas na floresta. Agora, 380 gorilas vivem ali, de acordo com uma contagem oficial.

O turismo e as interações com pesquisadores acostumaram os animais à presença humana. Com isso, eles têm cada vez menos medo de se aventurarem por áreas habitadas, à medida que seu habitat se satura.

"Vemos gorilas deixando o parque com mais frequência, em busca de comida do lado de fora (...) e também tendem a se mover para mais longe dos limites do parque", relatou Felix Ndagijimana, que dirige a Fundação Dian Fossey Gorilla, em Ruanda.

As consequências disso podem ser funestas.

O poderoso animal, cujos machos podem pesar até 200 quilos, é vulnerável a doenças humanas, como "gripe", pneumonia e ebola. A população crescente também aumenta a probabilidade de brigas entre os primatas, que podem ser fatais para os membros mais jovens da espécie.

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