'Parecia um cachorro', diz policial que brincou com onça-pintada resgatada de fazenda; assista
Animal ganhou o nome de Marruá, em homenagem à personagem da novela Pantanal
O cabo da Polícia Militar Ambiental Daniel Silva Mendes, que participou da operação de resgate a um filhote de onça-pintada em uma fazenda localizada no município de Cáceres, a 220 km de Cuiabá (Mato Grosso), classificou a experiência como um misto de emoções: medo, contentamento e admiração. O resgate do animal aconteceu na última quinta-feira (3).
A onça-pintada domesticada ganhou o nome de Marruá, em homenagem à personagem Juma Marruá, da novela Pantanal.
Daniel conta que, ao chegar na fazenda, foi informado que o animal estava no curral. Sua primeira reação foi sentir medo.
Um dos funcionários pediu para que ele a deixasse sentir o cheiro dele. "Ela veio calmamente na nossa direção e me cheirou. Depois disso, virou um gato, passando na perna, passando embaixo da perna, igualzinho um gato."
Segundo o policial do Batalhão Ambiental, a equipe que atuou na operação brincou com o animal e que em nenhum momento o animal se estressou: "As brincadeiras machucam, ela é brincalhona, mas quer pular e morder".
Ele relata que a onça era muito bem tratada pelos moradores da fazenda e que não tinha nenhuma lesão. O animal agora vai passar por exames e iniciar um tratamento para a reinserção no mundo silvestre, informou o policial.
Durante o resgate Daniel foi até a janela e chamou a onça e, para a sua surpresa, o animal foi ao seu encontro e abriu a janela da casa. "Parecia um cachorro, você passa a mão nela e a onça quer brincar. Nunca pensei que poderia fazer isso com uma onça-pintada", comparou.
"Foi fantástico, uma experiência que eu jamais pude imaginar", o policial ambiental finalizou.
As autoridades acreditam que o animal tenha ficado órfã durante as queimadas no Pantanal em 2020. O filhote apareceu na fazenda localizada em Cáceres, e os trabalhadores do local passaram a cuidar da onça.
Conforme o tempo foi passando, o animal foi crescendo e seguindo seus instintos. Nos últimos meses, a onça deixava a fazenda para caçar no mato e voltava dois ou três dias depois.
"Ela passou a comer bezerro da fazenda e o pessoal ficou preocupado, porque por mais que ela seja domesticada, ainda é um animal selvagem. Ficaram com medo dela atacar uma pessoa", disse Daniel.
Por isso, os funcionários da fazenda entraram em contato com o Batalhão Ambiental pedindo o resgate da onça.