Talões de papel poderão ser usados até o dia 31 de agosto. Fotos: Léo Motta/JC Imagem
O adiamento por mais um mês – até o dia 31 de agosto – do uso exclusivo da Zona Azul Digital foi comemorado nas ruas. As pessoas entrevistadas pelo JC afirmaram que ampliar o período de utilização do modelo de papel foi a melhor atitude tomada pela Prefeitura do Recife porque o uso digital ainda está muito confuso e precisa ser melhor explicado para a população. As dúvidas são as mais variadas e passam até pela dificuldade em baixar o aplicativo. O fato de o app só aceitar, por enquanto, cartão de crédito, é outro ponto bastante criticado.
A decisão de adiamento foi tomada pela Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) na manhã de ontem, um dia antes do prazo estipulado pelo próprio órgão vencer. Até o fim de semana a posição oficial do município é de que não adiaria o fim do período da Zona Azul tradicional, de papel. Ninguém da CTTU falou sobre o adiamento. Num release, a autarquia explicou que promoverá uma ação educativa a partir de hoje para orientar os cidadãos sobre a utilização da Zona Azul Digital pelo aplicativo e pelos pontos de venda. O novo serviço completa um mês na próxima quinta-feira (1º).
“Por mim, voltava a ser apenas de papel. O digital é muito complicado e ninguém sabe explicar como funciona. Continuamos tendo que lidar com os flanelinhas porque eles seguem nas ruas, controlando as vagas. Não vi muita diferença e acho que esse mundo digital pode ser bom para os jovens. Mas para as pessoas mais velhas é difícil”, criticou a comerciante Andreia Ataíde, que pagou R$ 5 para estacionar o carro no Bairro do Recife – R$ 3 da Zona Azul e R$ 2 do flanelinha.
A pouca divulgação do serviço foi a queixa mais comum. “É difícil de usar e falta orientação por parte da prefeitura. Adiar esse prazo para acabar o papel foi a melhor coisa que fizeram porque é necessário explicar melhor o funcionamento. Nem mesmo as pessoas que deveriam saber têm conhecimento suficiente para tirar dúvidas”, afirmou Ícaro Cunha Lima, que ainda usa a Zona Azul convencional. No release enviado, a CTTU diz que desde o início do serviço digital agentes e orientadores de trânsito foram capacitados para orientar os cidadãos na ativação do cartão de Zona Azul Digital. Além deles, o teleatendimento da CTTU e da Serttel ficou disponível no horário comercial para tirar dúvidas. Mas, mesmo assim, não tem sido suficiente e, por isso, o adiamento.
Segundo a autarquia, o uso do modelo digital vem crescendo desde que entrou em operação, no dia 1º de julho. Já teriam sido feitos mais de 51 mil downloads do aplicativo e cerca de 48 mil ativações, sendo 60% pelo app e 40% pelos pontos de venda fixos. Para o órgão são números considerados relevantes, “que demonstram a adaptação progressiva do cidadão à modalidade digital”. Mas que, apesar de a adesão estar crescendo, foi necessário fazer o adiamento do fim do uso do papel para dar maior comodidade e segurança para as pessoas que estão fazendo a migração do papel para o digital.