Capaz de substituir o plástico descartável, pesquisadores criam ''seda de aranha vegana''
A descoberta foi feita, sem intenção, pela Universidade de Cambridge, enquanto os cientistas investigavam sobre o mal de Alzheimer
Por um mundo mais sustentável e menos poluente qualquer ajuda é válida, inclusive a das aranhas. Foi assim que um grupo de cientistas da Universidade Cambrige, uma das instituições de ensino mais requisitada da Inglaterra, desenvolveu o ''Vegan Spider Silk'' ou ''seda de aranha vegana'', totalmente biodegradável, podendo essa descoberta substituir o plástico descartável em diversos tipos de produtos.
Essa seda é derivada de uma planta que tenta imitar a estrutura molecular da seda da aranha, um dos materiais mais versáteis e resistentes que existem no meio ambiente.
De acordo com os cientistas, o material foi descoberto sem intenção enquanto pesquisavam sobre interações funcionais de proteínas sobre o mal de Alzheimer. “Foi uma surpresa descobrir que nossa pesquisa também poderia abordar um grande problema de sustentabilidade: o da poluição por plásticos", explicou Dr. Tuomas Knowles, integrante do Departamento de Química Yusuf Hamied de Cambridge e líder da pesquisa.
A ''Vegan Spider Silk'' utiliza a proteína da soja para imitar a estrutura da seda da aranha. “No caso da aranha, a proteína da seda é dissolvida em uma solução aquosa, que, então, se reúne em uma fibra extremamente forte por meio de um processo de fiação que requer muito pouca energia”, concluiu o Dr. Marc Rodriguez Garcia, também ligado à universidade inglesa.
A seda será comercializada pela Xampla, uma empresa ligada à Universidade de Cambridge e chefiada pelo Dr. Garcia.
O material desenvolvido é à prova d'água (podendo ser trabalhado com tintas e impressões) e é tão resistente quanto o plástico que se utiliza nos dias de hoje. Além disso, pode ser utilizado em compostagens caseiras (sem a necessidade de tratamentos industriais ou químicos). É válido lembrar que nenhuma aranha foi de fato utilizada para a pesquisa, mas sim o material das teias.
O estudo foi da Universidade Cambridge foi publicado no dia 10 de junho na revista Nature.
*Matéria realizada com dados dos sites Green Matters, Hypeness, Razões para acreditar e periódico Nature