Presidente da FPF diz que movimento de conselheiros pedindo a renúncia da direção do Santa Cruz é 'golpe'
Nota foi emitida pela Federação Pernambucana de Futebol na tarde desta terça-feira
O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, caracterizou como golpe um movimento de conselheiros do Santa Cruz que pede a renúncia da atual direção. A mobilização de alguns torcedores do Tricolor do Arruda surgiu na última segunda-feira, dois dias depois após mais uma derrota da Cobra Coral na Série C. Na tarde desta terça-feira, em nota oficial, o presidente da FPF diz que a entidade não reconhecerá com legítimo 'qualquer golpe, travestido de legalidade'.
"A FPF dá ciência aos responsáveis por tal “movimento” que não reconhecerá como legítimo qualquer “golpe”, travestido de legalidade que promova a exoneração compulsória do atual presidente e sua substituição por outrem", diz trecho da nota. Em outra parte do texto, o presidente da FPF revela um débito de 'seis digitos' do Tricolor do Arruda com a entidade pernambucana.
"Aqueles que desejem agir ao arrepio da lei que todo clube filiado, obrigatoriamente, para atuar em competições estaduais e nacionais (profissionais e amadores), carece de requerer (anualmente), em janeiro, licença e alvará de funcionamento da Federação a que esteja filiado e que, dentre as exigências para tal concessão, a mais relevante é a que o clube esteja em dia (financeiramente) com sua Federação (o que não é o caso do Sta. Cruz que detém um antigo e expressivo passivo de seis dígitos)",diz outro trecho da nota.
Essa mobilização por parte dos conselheiros surgiu em decorrência do péssimo momento vivido pelo Santa Cruz na temporada. Lanterna do grupo A da Série C, o Tricolor do Arruda tem apenas cinco vitórias no ano e vê o fantasma do rebaixamento para a Quarta Divisão assustar os arredores do José do Rêgo Maciel. Os conselheiros que pedem a renúncia, aliás, também alegam que a atual gestão não vem pagando débitos trabalhistas e previdenciários.
Na última segunda-feira, inclusive, o presidente do Conselho Deliberativo do Santa Cruz, Mário Godoy, tirou licença de 90 dias do cargo e está organizando a sua renúncia definitiva. Ele alegou que as ameaças sofridas nas últimas semanas foram decisivas para tomar essa decisão. O vice-presidente Marino Abreu é quem está no comando do órgão.
De acordo com o estatuto do Santa Cruz, o afastamento preventivo de dirigentes e membros de demais órgãos, inclusive, é feito a partir do recolhimento de assinaturas de 1/3 dos conselheiros, ou seja, cerca de 120 pessoas. Depois desse processo, a análise é feita pelo Conselho Deliberativo, que, em caso seja confirmada a irregularidade, o mandatário é destituído e, além disso, fica inelegível em qualquer cargo do Santa por dez anos.
Confira, abaixo, o comunicado completo da entidade.
"A Federação Pernambucana de Futebol - FPF, por seu presidente, ao final assinado, ouvida a Diretoria, vem se manifestar, em caráter preventivo, acautelatório e disciplinador contra o “movimento” (extemporâneo e descomprometido com a legalidade) de um grupo de Conselheiros do seu filiado Santa Cruz Futebol Clube, almejando promover o chamado “afastamento do Presidente Joaquim Bezerra”, assim, considerando as prerrogativas da entidade dirigente do futebol no estado, em especial por suas estruturas de auditoria e complaice que acompanham e monitoram todos os clubes quanto a probidade da gestão, única e exclusiva circunstância ensejadora de medida extrema dessa natureza, que, por óbvio, nada se relaciona com o desempenho da equipe em campo, razão pela qual, dito desempenho da equipe não autoriza “movimento” desse jaez e, por esta, a FPF dá ciência aos responsáveis por tal “movimento” que não reconhecerá como legítimo qualquer “golpe”, travestido de legalidade que promova a exoneração compulsória do atual presidente e sua substituição por outrem, consignando, ao final, aqueles que desejem agir ao arrepio da lei que todo clube filiado, obrigatoriamente, para atuar em competições estaduais e nacionais (profissionais e amadores), carece de requerer (anualmente), em janeiro, licença e alvará de funcionamento da Federação a que esteja filiado e que, dentre as exigências para tal concessão, a mais relevante é a que o clube esteja em dia (financeiramente) com sua Federação (o que não é o caso do Sta. Cruz que detém um antigo e expressivo passivo de seis dígitos), portanto, a tomada de poder por “golpe”, impedirá a liberação de tal certificação, alijando o Clube de participação em competições, bem como de votar junto a FPF e a Confederação Brasileira de Futebol – CBF em toda e qualquer Assembléia, quer Ordinária, Extraordinária ou Eletiva. O momento é de união e apoio, o que, aliás, a Federação vem fazendo desde a assunção da atual direção".