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Bastidores, medo da Série D, trabalho de Roberto Fernandes: Givanildo Oliveira abre o jogo sobre situação do Santa Cruz

Em entrevista à Rádio Jornal, Givanildo Oliveira falou sobre o momento do Santa Cruz na temporada

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Túlio Feitosa, Túlio Feitosa

Publicado em 20/07/2021 às 11:10 | Atualizado em 20/07/2021 às 14:07
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Caminhando a passos largos para um novo rebaixamento para a Série D, o Santa Cruz vem passando por problemas que geraram até atrito entre a torcida e a atual diretoria do clube Tricolor. Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o diretor de futebol da Cobra Coral, Givanildo Oliveira, falou sobre a atual situação do clube, além de problemas financeiros e apoio ao técnico Roberto Fernandes.

"O problema, primeiro, é a falta de dinheiro. Sem torcida, o Santa Cruz está numa situação... embora o presidente está pagando em dia. Foi o que procurei saber antes de ir para lá", disse o ex-técnico. "O Santa Cruz sempre foi um time de ponta, e hoje está numa situação difícil, mas não impossível. Porque no futebol eu já vi de tudo... E quero ver mais", completou.

Na lanterna da Série C do Campeonato Brasileiro, o sonho do acesso para a Segundona está cada vez mais distante. Faltando 10 jogos para o fim da fase de grupos, o Santa Cruz precisa focar, primeiro, em engatar uma grande sequência de vitórias para escapar da zona de rebaixamento e, assim, brigar por algo mais.

"Agora está bem complicado. Mas, primeiro, nós estamos batalhando e fazendo de tudo para não cair. Porque não pode, uma equipe como o Santa Cruz, o nome que tem, o passado, o presente, e nesse presente está acontecendo isso de cair para uma Série D. Eu acho que vai ser muito complicado, mas vamos continuar a luta, a batalha, e esperar pelo menos continuar na Série C", ressaltou Givanildo.

Elenco

O Santa Cruz contratou, apenas nessa temporada, 37 jogadores, inchou o elenco e teve que arcar com os custos da recisão de uma parcela destas contratações. O problema maior é que uma unidade não foi formada desde o início do ano e a equipe não ainda não conseguiu ter um bom entrosamento, por sempre ter novidades atuando no elenco no decorrer de 2021.

No clube há um mês, Givanildo Oliveira afirmou que não fez parte desse fator do clube. Que a decisão para a escolha de reforços passa pelo técnico, assistêntes e funcionários da casa.

"Contratação também parte, primeiro, do treinador. Mas o Roberto eu já conhecia, não como estou conhecendo agora, e ele é um cara que tem abertura, que conversa com a sua comissão. Eu tenho me reunido junto com eles e daí, às vezes, alguém dá uma opinião. Eu, na verdade, não dei opinião em contratação", disse.

"Isso cabe a ele, os dois que trabalham mais juntos a ele e o pessoal da casa, como o Roberto (de Jesus), os dois preparadores físicos, enfim. Eu sei que é um grupo, e nesse grupo eles terminam acertando o nome de alguém. Infelizmente vieram alguns de contratações, que foram muitas... E eu tenho falado isso lá, de repente acontece o seguinte: 'a partir de agora vamos fazer assim. Não contrata 10, contrata 5, mas que tenha mais qualidade'. Não é uma certeza, porque às vezes você contrata excelentes jogadores e não dá certo, mas se fizer assim, pode ser que encaixe e termine melhorando o nível de jogo do clube", concluiu Givanildo.

Apoio a Roberto Fernandes

Givanildo acompanhou a chegada do técnico Roberto Fernandes desde o início da atual passagem pelo Santa Cruz. Reconhecendo o momento da equipe, Givanildo saiu em defesa do atual treinador e relembrou momentos que passou durante a carreira, quando fez boas campanhas em diversas passagens pelo América-MG, com títulos e acessos, e ainda sim era demitido.

"O treinador é sempre o culpado. Primeiro a cair é o treinador. Com essa nova lei, melhorou. Agora, o Santa Cruz não pode trocar de treinador porque não pode contratar outro. Tem que ir até o final do ano com o treinador. E eu sou a favor que continue ele (Roberto), porque estou junto, estou vendo o trabalho dele, a dedicação, a luta. Espero e torço para que dê a volta por cima", contou.

Ouça:

Torcida x Diretoria

A relação do clube com os Tricolores, atualmente, não é das melhores. Com diversos protestos entre torcedores e organizadas do clube no decorrer desse mês, membros da diretoria e até do Conselho Deliberativo do Santa Cruz chegaram a sofrer ameaças. Casos de tiros feito pela segurança do clube Coral contra a torcida nos arredores do estádio do Arruda também foram relatados.

"Eu só peço que tenha mais paciência do que já tiveram. Porque não adianta ficar indo lá como tem indo. Infelizmente estão lá com os seguranças e tudo, soltando rojão, querendo entrar no campo. Não adianta, não vai resolver nada. Eu acho que o torcedor, que eu sempre respeitei, não é dirigente. Não é para ir em campo querer falar com jogador e fazer pergunta sobre o time. Não tem nada a ver", defendeu Givanildo Oliveira.

O ex-técnico também saiu em defesa ao presidente Joaquim Bezerra e membros da diretoria, além de ter enfatizado que o Santa Cruz irá fazer de tudo para sair da atual situação.

"(Joaquim) uma pessoa muito boa, muito coordenada, muito sincera, que eu já notei isso nele. E os outros que acompanham ele, da direção. A gente está fazendo de tudo e vai fazer o impossível para que o Santa Cruz saia dessa situação.

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