SELEÇÃO BRASILEIRA

Sempre na mira das críticas, Neymar esperneia, enquanto Tite mantém serenidade

A atuação geração do Brasil tem apenas o treinador e o camisa 10 como referência e cada lida de forma diferente à situação

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Cadastrado por

Marcelo Cavalcante

Publicado em 10/09/2021 às 12:23
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A seleção brasileira faz, sem dúvida alguma, a melhor campanha das Eliminatórias da era dos pontos corridos. É de impressionar o fato de manter os 100% de aproveitamento na competição que vale vaga na Copa do Mundo. Nem mesmos os mais céticos estão com um pé atrás em relação à classificação do Brasil. Mas isso não alivia a barra dos seus líderes em campo. Assim como em anos anteriores, o técnico e o ídolo recebem críticas, são questionados. Mas cada um deles absorvem de forma diferente o que ouvem e o que enxergam. Questão de maturidade e/ou personalidade. 

Em campo, o Brasil tem apenas uma estrela: Neymar. A equipe joga para ele. Os demais atletas correm para ele.  Contra o Chile , o Brasil sofreu para vencer por 1x0. Com a estrela apagada, as seleção teve dificuldades. Quem brilhou foi o goleiro Weverton, sendo o grande responsável pelo triunfo. Neymar ouviu críticas de que está fora de forma. E diante dos chilenos, se arrastou em campo. Mostrava-se pesado. No outro dia, postou uma foto nas redes sociais, mostrando o "tanquinho". Para quê? Só para ganhar mais cliques. Só pode. 

Diante do Peru,  Neymar deu a assistência para o gol de Everton Ribeiro e aproveitou erro da zaga para fazer o 2x0 que garantiu mais uma vitória da seleção brasileira. Ao final da partida, mandou essa na TV: "Eu não sei mais o que posso fazer para agradar a galera!". É engraçado.... se teve um jogador muito  paparicado no futebol  brasileiro nos últimos anos ele atende pelo nome de Neymar. E por ser o que é, os elogios serão sempre no superlativo. E as críticas vão existir cada vez que ele não se mostrar genial em campo. Afinal, todos esperam dele a genialidade. O problema é que o camisa 10 não sabe lidar com isso. 

Na Arena de Pernambuco, a estrela brasileira não mostrou um futebol diferente dos demais companheiros. Velocidade, habilidade... um gol aproveitando o erro da zaga. Uma assistência após uma trombada no marcador em que muitos dizem que a jogada foi falta. E no final da partida, quando o Brasil já estava com o placar na mão, agrediu o rosto do marcador, num lance que poderia ter resultado no cartão vermelho. O amarelo ficou barato. Aí, quando termina a partida, ele esperneia e bate o pé. Incrível como o tempo passa e ele segue o mesmo. 

E o que dizer de Tite? Não lembro de ter visto um treinador da seleção brasileira que seguiu trabalho à frente da equipe após um insucesso da Copa do Mundo e, muito menos, perdendo a Copa América logo em seguida, e em casa. O homem tem prestígio. E se fortalece com a campanha que está fazendo na Eliminatórias. Mas assim como os seus antecessores, o técnico da seleção brasileira ouve duras críticas. Mas é aquele negócio. Técnico na seleção brasileira não agrada. Nem Telê, no comando da tão aclamada seleção de 82, ficou livre disse. 

Mas Tite merece as críticas que vem recebendo. Sob o comando da seleção, o técnico tem todos os jogadores brasileiros a sua disposição para fazer um esquema mais ousado, que faça o futebol brasileiro fluir naturalmente. Não falo só de ofensividade, mágica, show.... Isso não mais existe. Mas que pelo menos seja menos burocrático. O Brasil de Tite, hoje, parece ser o Corinthians que ele comandou e foi campeão. Uma equipe compacta, pouco criativa, mas letal. Na seleção, não se vê uma evolução de 2018. Temos deficiências nas laterais que ele não conseguiu sanar. E peças convocadas que pouco acrescenta de diferente, mas que por teimosia do treinador, são mantidas. 

Tite sabe da sua responsabilidade. Sabe que, por ser técnico da seleção de um País em que todo torcedor também é treinador, vai ouvir mais críticas do que elogios. Por isso, mantém serenidade e equilíbrio que um treinador precisa ter. Só parece não ter autocrítica. Porque não é possível que ele não enxergue que o futebol da seleção esteja engessado. E que precisa pensar um pouquinho fora da caixa para tudo mudar e as apresentações do Brasil sejam menos burocráticas. 

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