SÉRIE B

De favorito a acesso improvável: O que deu errado na campanha do Náutico?

O Náutico fazia uma campanha invicta e figurava a liderança da Série B até a reta final do primeiro turno, mas a equipe acabou decaindo na tabela

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Túlio Feitosa

Publicado em 03/11/2021 às 12:42 | Atualizado em 04/11/2021 às 17:08
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Com um título estadual nas costas e um começo arrasador na Série B, o torcedor do Náutico já vislumbrava o acesso para a Primeira Divisão. Mas a coisa foi complicando para o Timbu na reta final e o sonho de chegar à elite do futebol brasileiro está cada vez mais longe. Faltando cinco rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, o Náutico terá que vencer todos os jogos e contar com uma combinação improvável de resultados dos adversários para conseguir subir com 60 pontos.

Mas o que deu errado na campanha do time que era chamado de "Timbatível" e passou as 14 primeiras rodadas sem ser derrotado?

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Falta de reposição

Talvez o principal motivo da decaída da equipe alvirrubra na Série B. O Náutico foi para o Campeonato Pernambucano com um elenco enxuto, mas se manteve assim na competição mais importante do ano. Precisando investir numa equipe mais robusta para um torneio de longa duração, o Timbu acabando sentindo o efeito reverso durante o período em que esteve invicto.

Um dos principais destaques do setor defensivo, o zagueiro Wagner Leonardo, que tinha vindo ao Náutico por empréstimo, foi acionado pelo Santos, clube que detém os direitos do atleta, e acabou virando desfalque no Timbu. Rafael Ribeiro retornou para ocupar a vaga, mas não conseguiu substituir a altura. Já no setor ofensivo, o atacante Erick teve seu empréstimo encerrado e a diretoria não conseguiu se resolver com o Braga, de Portugal, para mantê-lo no elenco. O Timbu tentou diversos jogadores para atuar na posição, mas também não houve uma efetividade semelhante.

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Outro problema foi a lesão de Kieza, que o tirou do resto da temporada. O Náutico foi atrás de Caio Dantas, que começou mal, mas voltou a encontrar o caminho do gol nas últimas rodadas. O lateral-direito Bryan também está fora da temporada por causa de lesão. O atleta era um dos principais atletas da linha defensiva, mas chegava a ser improvisado na lateral-esquerda por falta de peças no setor. Júnior Tavares passou a ocupar a posição. 

TIAGO CALDAS/NÁUTICO
Wagner Leonardo voltou para o Santos e desfalcou o Náutico - TIAGO CALDAS/NÁUTICO

Fragilidade defensiva

Invicto nas primeiras 14 rodadas da Série B, o Náutico somava oito vitórias, seis empates e nenhuma derrota. O Timbu liderava a lista de melhor ataque (23 gols marcados) e tinha a segunda melhor defesa (8 gols vazados). Mas em plena 33ª rodada, a situação acabou mudando drásticamente nesses números.

Com a derrota por 4x3 diante do Brusque nesta terça-feira (2), o Náutico acabou ficando na 9ª colocação da tabela e com a segunda pior defesa da competição. Entre a 14ª rodada e a atual, o Timbu tomou 38 gols e agora tem 46 vazados na Série B deste ano. Somando os gols vazados do jogo desta terça com os da rodada passada, da derrota diante do Brasil-RS por 3x2, foram sete em apenas duas partidas. Foram 13 jogos seguidos com a defesa sem passar em branco na Segundona.

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Esse número deixa o Náutico com a segunda pior defesa da competição, atrás apenas do próprio Brusque, que somou 49 gols vazados e está na 15ª colocação com 33 pontos. 

BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
O Náutico está há 13 jogos seguido tomando gols na Série B - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

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Troca de técnico

A química entre Hélio dos Anjos e o Náutico é algo pouco visto no futebol brasileiro, mas a relação acabou se estremecendo no dia 18 de agosto, quando a equipe começou a decair na Série B. A diretoria visava um processo de reformulação no elenco em que o treinador não queria estar envolvido. Marcelo Chamusca logo foi acionado para comandar o Timbu, mas a equipe não mostrou nada do que conseguiu mostrar no início da competição.

O treinador durou apenas um mês e esteve à frente do Alvirrubro em seis partidas. O Náutico até começou bem, com vitória fora de casa contra o CSA por 1x0, mas engatou uma sequência de cinco jogos sem vencer, com três derrotas seguidas no final. O retorno de Hélio dos Anjos voltou a dar um gás novo ao time, mas o Timbu acabou sofrendo com a carência defensiva. 

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
Marcelo Chamusca durou apenas um mês no comando do Náutico - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

Tropeços como mandante

O Náutico chegava em oito partidas de invencibilidade como mandante quando teve seu primeiro tropeço na Série B. O Timbu foi irreconhecível contra o Confiança e tomou uma goleada de 4x0 nos Aflitos. A partir daí, a força da casa alvirrubra acabou se esvaindo.

No jogo seguinte como mandante, diante do Cruzeiro, voltou a perder. Empatou duas seguidas, contra o Vitória e Guarani, voltando a perder outras duas seguidas contra o Londrina e CRB. O Timbu agora tenta se reabilitar como mandante com a vitória por 3x2 sobre o Goiás e empate diante do Vasco.

O Náutico volta ao Estádio dos Aflitos na próxima rodada, diante do Coritiba, neste sábado (6). A bola vai rolar às 16h15 em partida válida pela 34ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. 

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O Náutico acabou empatando com o Vasco nos Aflitos em confronto direto na briga pelo acesso - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

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