Futebol

Episódios de covid-19 e de faca em estádios do Brasil só retratam deboche com a incompetência das autoridades que fazem o futebol

Nesse sábado (22), voltamos a ver cenas absurdas de violência e irresponsabilidade em estádios de futebol do País

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Thiago Wagner

Publicado em 23/01/2022 às 10:32 | Atualizado em 23/01/2022 às 12:29
Análise
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Não é de hoje que sabemos que o futebol brasileiro ainda é desorganizado em sentido pleno. É tabela de campeonato mal feita, jogos que se chocam no mesmo dia, times obrigados a fazer deslocamentos desnecessários e por aí vai. Isso sem citar os problemas relacionados ao torcedor, como falta de estrutura nos estádios, mobilidade débil e violência. 

O mais incrível, porém, não é ter todos esses problemas em pleno 2022. É enxergar que as pessoas que fazem o futebol no País - aqui entram dirigentes de clubes, federações e gestores públicos - não aprendem com os próprios erros. Sinal da incompetência em produzir um espetáculo para as massas. Caso contrário, cenas como a que vimos nesse sábado (22) - um torcedor com teste positivo para covid-19 entrar nos Aflitos e outro com uma faca na semifinal da Copinha - não teriam nunca ocorrido. 

Esses casos só reforçam o deboche que os infratores impõem sobre as autoridades que gerem o futebol - e de novo, aqui se aplicam todos: de clubes a gestores públicos. A verdade é que quem quer fazer algo errado em um estádio de futebol nunca se sentiu coagido a não fazê-lo. Pelo contrário, a motivação está em justamente zombar e mostrar as falhas.

Logicamente que o mundo da bola não é a única esfera do País a sofrer com esse tipo de situação. É tudo questão de reflexo da sociedade em que vivemos. Ainda assim, choca ver um torcedor conseguir entrar com uma faca no estádio e, pior, invadir o gramado para tentar agredir um jovem atleta da base do time adversário. A tragédia ficou perto de ocorrer.

Claro que no dia seguinte aos fatos virão inúmeras notas e entrevistas destacando sobre o aumento da vigilância e o reforço dos protocolos. O discurso, porém, já está cansado e datado. Ou alguém aí nunca ouviu essa mesma conversa quando ocorrem grandes brigas de torcidas nas ruas da cidade? Aparecer em público para "reforçar vigilância" resolveu o problema? Pelo visto não.

Mais do que discursos bonitos que apenas jogam para a galera, precisamos de atitudes concretas. Não interessa se foi um caso isolado em um zilhão. O fato é que ocorreu e colocou as pessoas que amam o futebol em risco. Punir com rigidez os infratores é o melhor remédio porque gera o exemplo sobre os outros. Porque se não for assim, o melhor mesmo deve ser acompanhar os jogos que tanto gostamos pela televisão. Infelizmente, os punidos hoje somos nós, as pessoas que verdadeiramente amam o futebol e os valores do esporte. Aos outros, sobra a impunidade.

 

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