O aumento acelerado de casos do novo coronavírus no Brasil fez com que estados como Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro e Pernambuco já tenham fila de espera por leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Por isso, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) e a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) lançaram o "Protocolo de alocação de recursos em esgotamento durante a pandemia por covid-19", que contém critérios para internação de pacientes.
- Instituto busca desenvolver vacina alternativa contra o novo coronavírus
- Interior de Pernambuco receberá 500 leitos para covid-19
- "Brasil será o novo epicentro mundial da covid-19", diz neurocientista Miguel Nicolelis
- Painel do MPPE aponta Olinda e Granito com melhores índices de isolamento em Pernambuco
- 'Quarentena está salvando o Brasil', diz engenheiro e cientista de dados
O material traz uma tabela de critérios que devem ser observados na tomada de decisão, que deve se nortear, basicamente, por três critérios: gravidade, maior grau de sobrevida e capacidade do paciente.
A primeira versão do documento, lançada no fim de abril, levava em conta a idade do paciente em vez de capacidade funcional. Entretanto, uma revisão feita retirou o critério e resultou num relançamento do documento, porque, de acordo com o protocolo das associações, "compreendeu-se que este critério poderia ser discriminatório (e, portanto, inconstitucional) e que sua presença poderia comprometer a base de solidariedade que é característica da atenção em saúde".
Segundo o UOL, que afirma ter tido acesso ao documento, o protocolo traz uma série de citações de estudos do Código de Ética Médica e da Constituição e cita que as escolhas "não devem impor desvantagens de maneira desproporcional a nenhum grupo social".
Ainda de acordo com o UOL, o material afirma que deve predominar um consenso de que "o princípio mais sólido é o de priorização de pacientes com melhores chances de benefício e com maiores expectativas de sobrevida". "A recomendação é de que avaliações baseadas na subjetividade do julgamento clínico individual sejam evitadas, porque são mais sujeitas a vieses e ao uso inconsistente", completa.
Critérios:
1) Salvar mais vidas
Como é feito? Utiliza-se o score Sofa (Sequential Organ Failure Assessment), que avalia uma série de parâmetros de dados vitais. Quanto maior essa pontuação, menor a chance de sobreviver (vai de 1 a 4 pontos).
2) Salvar mais anos de vida
Como é feito? Avalia-se a presença de comorbidade grave com probabilidade de sobrevida inferior a um ano (caso isso ocorra, soma-se 3 pontos à conta).
3) Capacidade do paciente
Como é feito? O paciente é avaliado em uma escala que vai de "completamente ativo" até "completamente incapaz de realizar auto-cuidados básico" (vai de 0 a 4 pontos) da Ecog (Eastern Cooperative Oncologic Group). Em caso de empate de pontos, segundo o protocolo, deve ser usada a seguinte ordem de escolha:
- Menor pontuação do Sofa
- Julgamento clínico da equipe de triagem
Assine a nova newsletter do JC e fique bem informado sobre o coronavírus
Todos os dias, de domingo a domingo, sempre às 20h, o Jornal do Commercio divulga uma nova newsletter diretamente para o seu email sobre os assuntos mais atualizados do coronavírus em Pernambuco, no Brasil e no mundo. E como faço para receber? É simples. Os interessados podem assinar esta e outras newsletters através do link jc.com.br/newsletter ou no box localizado no final das matérias.
O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
Comentários