O presidente Jair Bolsonaro e o influenciador digital Felipe Neto são os brasileiros na lista de 100 pessoas mais influentes do mundo em 2020 elaborada pela revista Time. Os eleitos foram divulgados na noite de terça-feira, 22.
Na categoria "Líderes", Bolsonaro aparece ao lado de outros governantes como Donald Trump, presidente dos EUA, Xi Jinping, da China, Narendra Modi, da Índia, e Angela Merkel, chanceler da Alemanha.
O perfil de Bolsonaro na revista informa números negativos de seu mandato, como os 137 mil mortos pelo coronavírus no Brasil, a "pior recessão em 40 anos" e os "mais de 29 mil incêndios na floresta amazônica apenas em agosto", mas também o apoio de 37% dos brasileiros. "No entanto, o número que realmente importa é 37 - a porcentagem da sociedade brasileira que aprovou Jair Bolsonaro em uma pesquisa no final de agosto, a maior pontuação desde que ele assumiu o cargo no início do ano passado", diz o perfil.
"O índice de aprovação de Bolsonaro se deve em parte aos pagamentos mensais de ajuda de emergência feitos aos mais pobres do País durante a pandemia. Mas também reflete os seguidores fervorosos, que quase o cultuam, que ele comanda", afirma a Time.
O presidente também havia sido incluído na lista dos cem mais influentes em 2019. Dilma Rousseff foi citada em 2011 e 2012, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004 e 2010.
É o segundo ano seguido em que Bolsonaro é listado entre as cem pessoas mais influentes do mundo pela publicação. O presidente do Brasil foi descrito pela publicação na época como "um personagem complexo", que representa uma ruptura com uma década de corrupção, mas que também é "um garoto propaganda da masculinidade tóxica".
O influenciador Felipe Neto foi incluído na categoria "Ícones". A publicação destaca seus 51 milhões de seguidores nas redes sociais. A lista ainda tem a tenista Naomi Osaka, a professora americana Angela Davis, a jogadora de futebol dos EUA Megan Rapinoe, entre outras celebridades.
"É uma honra indescritível compor essa lista, principalmente por saber que lutei com todas as forças para usar a minha influência para o bem, para a ciência, o combate à desinformação e, claro, para a diversão de milhões de famílias no Brasil", disse Felipe Neto ao Estadão.
Ao comentar o anúncio, o influenciador digital também falou sobre o futuro: "continuarei com estes valores e levando a sério a responsabilidade da influência que acabo gerando na vida das pessoas".
O artigo sobre Felipe publicado no site da revista foi escrito pelo deputado federal David Miranda. "O influenciador digital de maior importância no Brasil, possivelmente no mundo", escreveu o político eleito pelo Rio de Janeiro. A edição impressa TIME100 deste ano chegará às bancas na sexta-feira, 25.
Ataques
O youtuber vem enfrentando ataques desde que começou a se posicionar politicamente e contra o governo de Jair Bolsonaro. Felipe Neto foi alvo, em julho, de um boato mentiroso que o associava a pedofilia. Em agosto, o youtuber aceitou o convite do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para participar de uma reunião sobre o projeto de lei das fake news.
Esta não é a primeira vez que o youtuber brasileiro se torna notícia internacional. Em julho, o jornal The New York Times publicou um vídeo no qual Felipe faz críticas aos presidentes dos Estados Unidos Donald Trump e ao do Brasil, Jair Bolsonaro.