Brasil sofre redução de 9% dos biomas

IBGE Estudo mostra que território brasileiro perdeu 500 mil km? em vegetação em 18 anos

O Globo
Cadastrado por
O Globo
Publicado em 25/09/2020 às 2:00
CARLOS FABAL/AFP
ALERTA Desmate este ano pode superar a pior marca desde 2006 - FOTO: CARLOS FABAL/AFP
Leitura:

O Brasil perdeu, entre 2000 e 2018, meio milhão de km² de cobertura natural de seus biomas terrestres. Juntos, Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Caatinga e Pampas tiveram uma área dizimada do tamanho da Espanha.

Esses 500 mil km² representam uma perda de quase 9% de toda cobertura vegetal existente em 2000 e um crescimento de quase 20% da área degradada.

Os dados - que compreendem os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) - são do estudo Contas de Ecossistemas: Extensão por Biomas (2000-2018), divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maior parte do desmatamento ocorreu entre 2000 e 2010 - foram 326 mil km². Nos anos seguintes, o estudo registra uma queda significativa de devastação até 2018, último ano analisado pelo IBGE.

De acordo com Maria Luiza da Fonseca, gerente da pesquisa, a análise de tendência mostra que houve, de fato, uma diminuição da magnitude desta perda ao longo dos anos."Em termos contábeis, ao longo da série histórica, foi percebido que todos os biomas brasileiros tiveram um saldo negativo. Os biomas Pantanal e Pampa apresentaram, de 2016 a 2018, um incremento na taxa destas perdas, enquanto nos demais biomas, a tendência geral foi de desaceleração", explica.

A partir de 2019, sob o comando de Jair Bolsonaro, dados do Inpe indicam, porém, que há retomada de patamares registrados no final dos anos 2000.

Dos 500 mil km² perdidos nesse período analisado, a maior parte foi da Amazônia (269,8 mil km², 8% de sua área). Já a maior devastação em percentuais ocorreu no Pampa: menos 16,8% de área natural.

A Floresta Amazônica deu lugar, sobretudo, a pastos - que passaram de 249 mil km², em 2000, para 426 mil km² do bioma, em 2018 - e a áreas chamadas de "mosaico de ocupações em área florestal", constituídas por uma mistura de agricultura, pastagem e/ou silvicultura, associadas ou não a remanescentes florestais.

Assim, o Bioma Amazônia passou a apresentar, nesse período, um aumento de 71,4% na área de pastagem com manejo, e de 288,6% na área agrícola, esta última, principalmente, entre os anos 2012 e 2014.

Ainda segundo o IBGE, o Pantanal foi o bioma que apresentou os menores decréscimos de áreas naturais, tanto em termos absolutos (2.109 km²) quanto percentuais (1,6%). Neste ano, porém, a área tem sofrido recordes de queimadas.

 

Comentários

Últimas notícias