ASSASSINATO

João Alberto pode ter morrido de ataque cardíaco, diz defesa do segurança do Carrefour

O advogado de defesa, David Leal, também afirma que o seu cliente também não teve a intenção de matar João Alberto e não agiu de forma racista

JC
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Publicado em 22/11/2020 às 21:09 | Atualizado em 22/11/2020 às 21:10
CIRIO GOMES/TV JORNAL
Convocado por grupos do movimento negro de Pernambuco, o protesto contra o assassinato de João Alberto Silveira Freitas ocorreu no final da manhã deste sábado (21), em frente ao Carrefour de Boa Viagem, Zona Sul do Recife - FOTO: CIRIO GOMES/TV JORNAL

A defesa do policial militar Giovane Gaspar da Silva, 24 anos, um dos seguranças que foram presos por causa do assassinato de João Alberto Silveira Freitas, 40, em frente a uma loja do Carrefour, em Porto Alegre, considera a possibilidade de a vítima pode ter morrido devido a um ataque cardíaco, segundo informou a Folha de S. Paulo neste domingo (22). "A perícia também traz como provável causa um ataque cardíaco. Suspeita-se também que o senhor João Alberto estaria sob efeitos de entorpecentes, tamanha a força que ele tinha no momento. Ele também tinha os olhos soltados e a íris expandida”, diz o advogado de defesa, David Leal, que também afirma que o seu cliente também não teve a intenção de matar João Alberto e não agiu de forma racista.

Neste domingo (22), um protesto reuniu manifestantes em frente ao Carrefour de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A mobilização foi convocada por grupos do movimento negro de Pernambuco.

O Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS) apontou, em análise inicial, que João Alberto morreu por asfixia. Imagens obtidas pela Folha mostram que ele foi asfixiado por quase quatro minutos, diante de 15 testemunhas, após ser espancado por pelo menos dois minutos por dois seguranças.

“O meu cliente não teve a intenção de matar. Ele não agiu por nenhum ato racista. Ele, inclusive, tem parentes negros, o pai dele é pardo, e não tem de forma alguma qualquer preconceito quanto a isso. O Brasil é um país que é preconceituoso, com toda certeza. Existe racismo, mas, analisando, concretamente, o fato não tem nada a ver com isso”, diz Leal. Segundo ele, não houve conduta dolosa. A intenção policial militar, disse Leal, era conter João Alberto, que estaria “completamente descontrolado”. 

O advogado ainda acrescentou que, para controlar João Alberto, outras pessoas se aproximaram. “Na verdade, se formos bem justos aos fatos, mais pessoas estão envolvidas. Teve cliente que chegou ali chutando a cabeça do senhor João Alberto, pessoas que também o agrediram porque viram o que ele havia feito dentro do mercado, mas de forma alguma o resultado morte é justificado." Ele não deu mais detalhes sobre o que teria ocorrido antes.

O advogado diz que lamenta a morte de João Alberto, presta sentimentos à família dele e acredita que os responsáveis têm que responder pelos fatos, mas nos limites da lei.

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