PORTO ALEGRE

Caso João Alberto: fiscal de supermercado alegou saúde debilitada para não impedir agressões

A fiscal de segurança da unidade do Carrefour onde João Alberto Silveira Freitas foi morto, Adriana Alves Dutra, de 51 anos, alegou que não impediu as agressões porque estava com a saúde debilitada por ter passado por uma cirurgia recentemente

JC
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Publicado em 25/11/2020 às 22:48 | Atualizado em 25/11/2020 às 22:51
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A fiscal aparece nas imagens das agressões - FOTO: REPRODUÇÃO

Com informações do G1 Rio Grande do Sul

Em depoimento a polícia, a fiscal de segurança da unidade do Carrefour onde João Alberto Silveira Freitas foi morto, em Porto Alegre, Adriana Alves Dutra, de 51 anos, alegou que não impediu as agressões porque estava com a saúde debilitada por ter passado por uma cirurgia recentemente. Ela aparece nos vídeos com os seguranças Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges e foi presa temporariamente nessa terça-feira (24).

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 De acordo com a delegada Roberta Bertoldo, por ser responsável por fiscalizar o trabalho dos seguranças do supermercado, Adriana tinha o poder de interromper a ação dos dois profissionais que espancavam a vítima. Os dois seguranças foram presos no dia do crime, 19 de novembro.

"O Departamento de Homicídios entende, a partir das imagens que foram captadas e dos testemunhos colhidos, que Adriana tinha, sim, o poder, naquele momento, de cessar as agressões dos fatos e ser a superior imediata daqueles indivíduos, que exerciam a segurança", explicou a delegada.

Adriana teria dito ainda no depoimento, que pediu aos seguranças que parassem de bater no homem, mas as imagens disponíveis até o momento não mostram isso.

A fiscal foi à delegacia acompanhada de duas advogadas. Segundo a polícia, ela estava nervosa e afirmou que saiu de casa por conta de ameaças. A chefe da Polícia Civil do RS, Nadine Anflor, informou que contradições no depoimento motivaram a prisão, válida por 30 dias. "Ela está sendo presa, neste momento, para ajudar a investigação criminal. Por que ela está sendo presa? Justamente pelo fato de ter contradições no seu depoimento", disse Anflor.

No primeiro depoimento, no dia do crime, Adriana disse que o segurança Giovane era um cliente. A polícia, no entanto, já confirmou que ele era um policial temporário que trabalhava como segurança. Adriana justificou afirmando que tinha voltado de férias naquela data e, por isso, não o conhecia.

Nesta quarta-feira (25), a defesa da Adriana pediu a revogação de sua prisão. O Carrefour informou que a funcionária está afastada desde o dia da morte e que aguarda a conclusão das investigações para a adoção das medidas eventualmente cabíveis.

Outros depoimentos

A polícia avalia a possibilidade de pedir a prorrogação do prazo para concluir o inquérito, já que, no depoimento dado antes da prisão, Adriana citou o nome de outras pessoas envolvidas na cena, que agora também serão chamadas para prestar esclarecimentos. "Essas pessoas estão sendo identificadas, serão ouvidas e será avaliada eventuais participação ou grau de responsabilidade de outras pessoas que podem ter tido alguma contribuição ainda que de menor importância na morte do João Alberto", disse a diretora do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, Vanessa Pitrez.

A Justiça já autorizou depoimentos dos seguranças presos pela morte de João Alberto. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e asfixia.

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