Rede nacional investigará mutações da covid-19 em circulação no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, na fase piloto, 1,2 mil amostras do vírus de todas as unidades da Federação serão sequenciadas em quatro laboratórios de referência
O Ministério da Saúde está implementando a Rede Nacional de Sequenciamento Genético nos laboratórios centrais de saúde pública dos estados (Lacen), visando investigar mutações e diferentes linhagens do SARS-CoV-2, vírus causador da covid-19, que se encontram em circulação no país. Segundo o ministério, na fase piloto, 1,2 mil amostras do vírus de todas as unidades da Federação serão sequenciadas em quatro laboratórios de referência: Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, Instituto Evandro Chagas, no Pará, e laboratórios centrais da Bahia e de Minas Gerais.
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Na última quarta-feira (10), a implementação da Rede foi discutida em uma videoconferência sobre Vigilância Genômica de SARS-Cov-2, da qual participaram o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, e especialistas dos institutos Fiocruz, Evandro Chagas e Adolfo Lutz.
O secretário disse acreditar que a iniciativa acelere a investigação das mutações do vírus da covid-19. “A vigilância e o acompanhamento dessas mutações nos ajudarão na resposta do SUS [Sistema Único de Saúde] para o controle da pandemia no país e para entender cada vez mais o comportamento do vírus.”
Na videoconferência foram tratados temas como o aprimoramento da rede de vigilância, o uso das técnicas de sequenciamento genético para controlar a pandemia, os dados de vigilância genômica disponíveis no Brasil e no mundo e o efeito das mutações e variantes sobre o diagnóstico, tratamento e diretrizes de enfrentamento à pandemia.
Segundo o Ministério da Saúde, é fundamental que o Brasil construa uma rede estruturada para combater novas ameaças da pandemia do novo coronavírus. Os investimentos feitos em 2020 para fortalecer e inovar a rede laboratorial para enfrentamento da covid-19 superaram R$ 490 milhões, incluindo a compra de equipamentos, aquisição de insumos e capacitação.
Vigilância
De acordo com o ministério, a vigilância genômica de vírus respiratórios no Brasil começou em 2000, pelos Centros Nacionais de Influenza (NIC, da sigla em inglês), que funcionam nos institutos Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz e Evandro Chagas. Em março do ano passado, atentos à pandemia de covid-19, os centros nacionais começaram a receber amostras para sequenciamento de SARS-CoV-2. Outros laboratórios públicos e privados também começaram a realizar sequenciamento dentro de suas linhas de pesquisa para fortalecer a vigilância genômica em território nacional.
Os cientistas conseguem monitorar e entender as mutações que ocorrem naturalmente nos vírus, por meio de informações como o número de acúmulo de mutações, identificação de cadeias de transmissão locais e monitoramento da taxa de transmissão, informou o ministério. Segundo a pasta, as informações coletadas por meio dessa técnica auxiliam na elaboração de orientações técnicas e políticas públicas eficientes de combate à propagação do vírus.