Governadores nordestinos comemoram autorização da Anvisa para importar vacina russa Sputnik V
Governadores dos Estados do Nordeste e da Amazônia Legal se reuniram neste sábado (5) para discutir os próximos passos após liberação
Os governadores dos Estados do Nordeste e da Amazônia Legal se reuniram neste sábado (5) para discutir os próximos passos após a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de liberar a importação da vacina russa Sputnik V. O relator do processo votou no sábado (4) a favor da autorização excepcional e temporária para importação e distribuição dos imunizantes contra a covid-19 Sputnik V e Covaxin, o que foi comemorado pelos gestores estaduais.
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"Estamos analisando, juntamente com os fornecedores russos, os procedimentos técnicos mencionados pela Anvisa, visando a ajustes contratuais e à execução nos termos das Leis Federais 14.124 e 14.125/2021", diz nota do Consórcio Nordeste e do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, assinada pelos governadores do Piauí, Wellington Dias, e do Maranhão, Flávio Dino.
O grupo reiterou ainda "a determinação de obter mais vacinas para as populações das nossas regiões, em nome de nossas causas principais: VIDA e SAÚDE. Com a ampliação das vacinas, o Brasil poderá superar a conjuntura de sofrimentos familiares, crise econômica e desemprego".
Liberação da importação
Durante reunião da Anvisa, o relator Alex Machado Campos entendeu que estados e o governo federal podem utilizar os imunizantes, mas de forma controlada e cumprindo várias condicionantes para aplicação na população.
Pelo voto do relator, a importação deverá ser restrita ao total de doses referente a 1% da população, e a aplicação deverá ser destinada a maiores de 18 anos e menores de 60 anos. O uso por gestantes e pessoas com comorbidades não foi recomendado.
Além disso, a Anvisa deverá ser comunicada sobre eventuais eventos adversos nas pessoas que forem imunizadas. Somente poderão ser utilizadas vacinas oriundas de fábricas inspecionadas pela agência.
O caso é analisado em reunião da diretoria colegiada da agência para analisar pedidos dos estados da Bahia, de Sergipe, do Maranhão, de Pernambuco, do Ceará e do Piauí para importação 37 milhões de doses da Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. A compra de 20 milhões de doses da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, foi feita pelo governo federal.
Campos disse que após a negativa da Anvisa para uso da Covaxin, as pendências sobre as etapas de boas práticas na produção foram resolvidas. No caso da Sputnik V, após a decisão que rejeitou a importação , passou-se a admitir o uso do imunizante, mas com várias condicionantes, a partir da nova documentação apresentada por diversos governadores.
Novas cepas
Para o relator, diante do surgimento de novas cepas e o agravamento da pandemia, a Anvisa deve promover a proteção da saúde da população, mitigando os riscos de segurança, eficácia e qualidade dos imunizantes.
"O contexto sanitário que nosso país atravessa nos põe diante da necessidade de viabilizar o maior número de vacinas e medicamentos. Todo esforço se volta ao propósito de amenizar o sofrimento da população, abrandar angústias dos gestores públicos e combater o esgotamento de nossos profissionais de saúde", afirmou.