Ministro da Educação pede desculpas por nova fala sobre alunos com deficiência
Ministro tinha dito que é impossível convivência de crianças com deficiências mais graves na escola
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu desculpas após falar que "é impossível a convivência de crianças com deficiências mais graves na escola", nesta quinta-feira (19), em evento no Recife. Pelo twitter, o titular do MEC alegou que utilizou palavras de forma não apropriada e que não traduziram adequadamente o que ele quis afirmar.
"Inicio pedindo perdão a todos que sentiram-se ofendidos ou constrangidos com a forma como me expressei em relação aos nossos educandos especiais. Algumas palavras foram utilizadas de forma não apropriada e não traduzem, adequadamente, o que eu quis expressar. Minha intenção foi referir-me quanto à dificuldade de desenvolvimento adequado de algumas crianças com deficiências em classes comuns", publicou o ministro no Twitter.
Curiosamente, a frase polêmica do ministro foi proferida em uma tentativa de se desculpar por uma outra declaração, que foi considera preconceituosa. Na semana passada, Milton tinha falado que alunos com deficiência atrapalham o aprendizado de outros estudantes em salas comuns.
Nesta quinta, durante solenidade de reabertura dos equipamentos culturais da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife, o chefe da pasta de Educação declarou que "nós temos 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência em que é impossível a convivência. Esses 12% de crianças se atrapalham mutualmente. Nenhuma ouve, nem o outro entende. Porque uma criança, por exemplo, com um grau muito elevado de um tipo de problema, essa criança não consegue aprender e muitas vezes, nesse sentido, mas eu usei na minha palavra, depois eu peço que vocês vejam a minha entrevista, eu vou usar com muito cuidado, entre aspas".
Questões políticas
Milton, se referindo à primeira declaração, que foi criticada pelo senador e ex-jogador Romário, afirmou que sua fala foi descontextualizada por motivação política. "Isso são questões políticas. Na verdade a sociedade brasileira sabe que não existe um governo mais atencioso com os deficientes que o governo do presidente Jair Bolsonaro", alegou.