Denúncia

Diretor de colégio militar de Minas Gerais é acusado de submeter alunos a maus tratos

Segundo denúncia de funcionários da instituição, diretor queria impressionar ministro da Defesa, que esteve em cerimônia no colégio, para conquistar promoção a general

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 16/09/2021 às 7:57 | Atualizado em 16/09/2021 às 8:47
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O coronel de cavalaria Régis Rodrigues Nunes, diretor do Colégio Militar de Belo Horizonte, está sendo acusado de maltratar estudantes. A denúncia foi feita na semana passada por funcionários da instituição. Entre os relatos está que os jovens foram expostos a altas temperaturas por longo período de tempo. Além disso, mesmo sendo menores de idade, o gestor obrigou alunos a empunhar armas de fogo.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, o texto feito pelos funcionários teve como motivação episódio ocorrido durante a preparação dos alunos para as comemorações do aniversário de 66 anos do colégio, no último sábado, 11. De acordo com o manifesto, alunos entre 12 e 18 anos foram submetidos à exaustão durante treinamento. Os alunos eram obrigados a "ficar de pé o tempo todo e imóvel em boa parte do tempo, além de momentos em que a tropa desfila", dizia o depoimento.

No evento, um dos presentes foi o ministro da Defesa, o general da reserva Walter Braga Netto. Segundo a denúncia anônima feita pelos funcionários, o diretor queria usar o evento para chamar a atenção do ministro. Dessa forma, o gestor conseguiria uma promoção para se tornar general.

 

Arquivo pessoal
Menores de 18 anos são proibidos de empunhar armas de fogo, mesmo descarregadas - Arquivo pessoal

Mais relatos de maus tratos surgem ao longo do documento. Fotos mostram estudantes esperando atendimento médico na enfermaria do colégio, após horas no sol. Segundo funcionários, em áudio gravado, o diretor critica os alunos por executar mal tarefas. "O que está acontecendo? É falta de café, o que é?".

Outros registros divulgados mostram estudantes empunhando armas de fogo, no estilo espingarda. Funcionários afirmaram que alguns dos estudantes que carregam o equipamento nas imagens têm menos de 18 anos. O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe a entrega de qualquer tipo de armas a menores de idade, mesmo descarregadas.

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