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Transvacinados: movimento defende que a pessoa se sinta imunizada sem ter recebido vacinas

Integrantes do movimento são, em sua maioria, defensores do governo Bolsonaro

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Marília Banholzer

Publicado em 27/09/2021 às 20:53 | Atualizado em 27/09/2021 às 23:39
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Um novo termo começou a se popularizar após um vídeo, gravado nos protestos do dia 7 de setembro deste ano, viralizar na internet. Nas imagens, uma mulher, que se identifica como Ana Paula Palagar, de 34 anos, defende que as pessoas possam ser "transvacinadas". A definição para isso, segundo ela, são pessoas que se sentem vacinadas, mesmo sem ter o corpo vacinado - ou seja, sem receber qualquer dose de imunizantes.

"Esse movimento, transvacinado, está no mundo todo. São pessoas que se sentem vacinadas mesmo não tendo um corpo vacinado. E a gente quer respeito sobre isso. A gente quer que as pessoas respeitem a nossa visão e o nosso sentir de estar vacinado. Esse é o movimento de transvacinados, não só no Brasil, como na Espanha, na França, nos Estados Unidos, e está se espalhando pelo mundo todo. Da mesma forma que pessoas são respeitadas como trans, nós também queremos ser respeitados", afirmou Ana Paula Palagar ao ser entrevistada. Assista:

O vídeo tem sido usado por apoiadores do governo Bolsonaro para defender a liberdade de escolha sobre a vacinação, especificamente, com as doses contra a covid-19. A própria Ana Paula Palagar, que se considera influenciadora digital, embora tenha menos de 1 mil seguidores (até às 20h40 desta segunda-feira, 27) no seu perfil do Instagram, tem em sua conta nas redes sociais a hashtag #FechadaComBolsonaro. 

Exemplo desse uso das imagens por defensores de Jair Bolsonaro foi a postagem da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) que, no Twitter, usou o vídeo de Ana Paula Palagar para pedir respeito: "Meu corpo, minhas regras".

A popularização do vídeo dos transvacinados tem feito o assunto pipocar nas redes sociais. No Twitter, o público se divide em achar a decisão de não se vacinar, mas se sentir vacinado, um ato ignorante. Outros defendem que cada um arque com suas escolhas.

"Depois dos transvacinados que se sentem vacinados em corpos não vacinados eu decidi lançar o movimento 'TRANSLINDOS' porque eu me sinto lindo em corpo não lindo", ironizou um internauta. Outra pessoa apoiou a causa e se disse uma transvacinada. Uma terceita internauta ficou na dúvida se o vídeo era sério ou se era uma brincadeira: "Mano, essa parada de TRANSvacinados, pessoas que se sentem vacinadas num corpo não vacinado é meme, né?".

Vale lembrar que as vacinas contra a covid-19 usadas no Brasil passaram por testes obrigatórios, que conferem sua eficiência e segurança, e foram aprovadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Aquele que busca o termo "transvacinado" nas redes brasileiras é direcionado para informações sérias sobre os imunizantes e sobre a covid-19. Já quem busca nas redes a versão em inglês, "transvaccinated", é direcionado a perfis de apoiadores radicais do ex-presidente dos EUA Donald Trump.

Para além da polêmica sobre a não vacinação, o movimento dos transvacinados também tem sido criticado por ser considerado transfóbico, já que o termo une o negacionismo sobre os imunizantes e sobre a gravidade do coronavírus a um ataque às pessoas transexuais. 

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