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'Vou te matar, preta desgraçada': adolescente de 14 anos é ameaçada em ataque racista na escola

Mensagem foi deixada no caderno da aluna, nessa quarta-feira (17). Vítima já havia sido alvo de intimidações na semana passada

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Bruna Oliveira

Publicado em 18/11/2021 às 10:03 | Atualizado em 18/11/2021 às 10:10
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Após sofrer ataques racistas em escola de Curitiba, no Paraná, uma adolescente de 14 anos teve seu caderno rabiscado com ameaça de morte. As frases "vou te matar preta desgraçada" e "não vai ficar assim" foram rabiscadas em duas páginas do caderno da aluna nessa quarta-feira (17). O caso ocorre na mesma semana em que é celebrado o Dia da Consciência Negra, data que tem como objetivo levar a população a uma reflexão sobre a igualdade racial e a luta desse povo. O autor das intimidações ainda não foi identificado.

O primeiro ataque sofrido pela vítima ocorreu no último dia 10. Na ocasião, a garota, que estuda no Colégio Militar Sebastião Saporski, teve o caderno rabiscado enquanto a turma estava fora da sala de aula. Quando retornou ao local, a estudante percebeu que seus materiais estavam mexidos e, que, no caderno, havia frases de cunho racista.

"Só menina branca é bonita", "onde já se viu ter preto nesse colégio" e "preta desgraçada" fizeram parte do repertório das ofensas. Para a família da aluna, o ataque foi um choque. "A minha filha chegou em casa muito abalada. Eu e meu esposo tivemos que sair correndo do trabalho e, quando chegamos na escola, a polícia já estava lá", contou a mãe da estudante, que não quis ser identificada, ao O GLOBO.

Os pais da menina registraram um Boletim de Ocorrência no 4º Distrito Policial de Curitiba na semana passada. No dia seguinte ao ato, a adolescente foi recebida na escola com cartazes feitos por colegas e professores com demonstrações de carinho e cartazes com citações antirracistas.

Agora, com as novas investidas, um segundo registro foi feito na polícia. De acordo com a mãe, ela não vai trabalhar durante a semana para fazer companhia à filha, que não irá mais à unidade de ensino até o fim do ano.

"Não tem como, estamos nervosos, com o coração apertado. Por que há uma pessoa tão jovem, com tanto ódio, sem motivo? A gente se preocupa com a nossa filha, depois de ver a ameaça, fica com medo de que aconteça alguma coisa", desabafou.

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