"Melhor perder a vida do que a liberdade", diz Queiroga, citando Bolsonaro
Em pronunciamento no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde repetiu uma frase do presidente para justificar a não adoção do passaporte da vacina
Em pronunciamento no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (7), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, repetiu uma frase do presidente Jair Bolsonaro (PL) para justificar a não adoção do passaporte da vacina, ao contrário do que recomenda a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governo anunciou a edição de uma portaria para colocar quem chega ao Brasil sem estar vacinado contra covid-19 em quarentena de cinco dias. Os imunizados, por sua vez, não precisarão do isolamento. Os viajantes ainda precisarão apresentar um teste RT-PCR negativo feito 72 horas antes de entrar no País.
"Nós respeitamos as liberdades individuais e o povo brasileiro tem procurado as políticas públicas livremente. O presidente ainda há pouco falou: "às vezes, é melhor perder a vida do que perder a liberdade".
"Não estamos aqui querendo fazer nenhum tipo de polemização, mas são direitos fundamentais e que eles têm a mesma importância e o nosso compromisso é com isso", acrescentou.
Bolsonaro, que diz não ter se imunizado, é crítico à exigência de comprovação de vacinação. Mais cedo, ao comentar a pressão por mais restrições nas fronteiras para conter a variante Ômicron do coronavírus, o presidente se exaltou e mentiu sobre as recomendações feitas pela Anvisa. "Estamos trabalhando com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, p? De novo vai começar esse negócio?", afirmou, em tom elevado, durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários do setor. A agência, porém, não recomendou fechar o espaço aéreo.
Pouco depois, em outro evento, chamou a adoção do passaporte vacinal de "coleira". "Tanta gente tem morrido, para que o passaporte vacinal? Essa coleira que querem colocar no povo brasileiro. Cadê nossa liberdade? Eu prefiro morrer a perder a liberdade", disse o presidente.