TRANSPORTE

Alta no preço do diesel pode deixar cidades sem ônibus. Entenda o impacto

Com o possível novo aumento, entidade estima que as empresas só disponibilizarão os transportes nos horários de pico na manhã e na tarde

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Bruno Vinicius

Publicado em 06/05/2022 às 10:46 | Atualizado em 06/05/2022 às 11:29
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O transporte público brasileiro, que em maior parte das grandes cidades é feito por ônibus, pode ter mais um impacto após a pandemia. A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) afirma que haverá uma redução na frota dos coletivos se tiver mais um aumento no diesel.

O combustível já sofreu um aumento de 35% nas refinarias desde o começo do ano. Com o possível novo aumento, a entidade estima que as empresas só disponibilizarão os transportes nos horários de pico na manhã e na tarde.

"Se não forem definidas fontes para cobrir esses custos adicionais, as operadoras serão obrigadas a racionar o combustível e oferecer apenas viagens nos horários de pico pela manhã e à tarde. No resto do tempo, os ônibus terão que ficar parados nas garagens", disse o presidente da NTU, Francisco Christovam.

 

"No resto do tempo, os ônibus terão que ficar parados nas garagens. As empresas não querem praticar uma operação seletiva, atendendo apenas linhas e horários de maior demanda, mas serão obrigadas a adotar essa medida radical porque não suportam mais os sucessivos aumentos de custo e os prejuízos", complementou.

De acordo com a NTU, o diesel é o segundo item de custo que mais pesa no valor da tarifa dos ônibus urbanos. O combustível fica apenas atrás mão de obra, tendo uma participação média de 30,2% no custo geral do transporte público.

"Os aumentos registrados de janeiro para cá, da ordem de 35% nas refinarias, já representam um aumento nos custos do transporte público por ônibus em 10,6% só este ano.Esse impacto ainda não foi compensado por aumentos de tarifa ou subsídios por parte das prefeituras, que contratam os serviços de transporte público", afirma o presidente da NTU.

AUMENTO

De acordo com Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), o reajuste teria que ser de 24% no diesel e 12% no preço da gasolina - por motivos de câmbio e alteração no petróleo mundialmente. "O novo presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, já afirmou que vai manter a política de praticar preços de mercado para os combustíveis. Mas há uma guerra lá fora (entre Rússia e Ucrânia), ficamos numa situação muito difícil, insustentável", explica Francisco Christovam.

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