COMEMORAÇÃO

30 anos do Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha: entenda o que está por trás da comemoração

A data foi instituída a partir do primeiro Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas ocorrido em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana

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Katarina Moraes

Publicado em 25/07/2022 às 9:14 | Atualizado em 25/07/2022 às 9:45
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É comemorado nesta segunda-feira, 25 de julho, o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha no Brasil, considerado um marco da união de vozes de mulheres afrodescendentes de todo o continente. A principal intenção é denunciar o racismo e machismo enfrentados por mulheres negras, não só nas Américas, mas também em todo o mundo. As informações são da ONU.

A data foi instituída a partir do primeiro Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas ocorrido em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, para dar visibilidade à luta das mulheres negras na região. O evento reuniu mais de 300 representantes de 32 países para denunciar opressões e debater soluções para esta população.

“Esse é um dia que significa comemorar toda a nossa trajetória, porque nossos passos vêm de longe”, opinou a ativista do feminismo negro no Brasil e professora Rosália Santos, à ONU.

“Quando fomos à República Dominicana e a Rede surge, em 1992, nós queríamos fortalecer as vozes das mulheres negras em todas as regiões e nos posicionar a nível mundial em relação a tudo que afeta a vida das mulheres e meninas Negras”, contou a coordenadora no Brasil da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, Valdecir Nascimento.

Em nível nacional, pela Lei 12.987/2014, ficou estabelecido, também no dia 25 de julho, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, que além de compartilhar dos princípios do Dia Internacional estabelecido em 1992, também tem o propósito de dar visibilidade para o papel da mulher negra na história brasileira, através da figura de Tereza de Benguela.

Segundo o pesquisador Gustavo Henrique Thomaz Ramos, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Tereza foi a líder do Quilombo Quariterê, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, e, por 20 anos, liderou a resistência contra o governo escravista e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo. Tereza era de tal importância e magnitude que todos a tinham por “Rainha Tereza”.

Por iniciativa do movimento de mulheres negras, julho é um período de intensa mobilização pública – o Julho das Pretas – um momento especial em que movimentos e organizações celebram e visibilizam a trajetória de resistência das mulheres negras, propondo uma agenda colaborativa de atividades.

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