Começa nesta segunda-feira (1º) a coleta domiciliar do Censo Demográfico 2022, a única pesquisa que visita todos os domicílios do país. Em Pernambuco, a operação censitáriacontará com 987 agentes censitários e com 7.961 recenseadores. Os servidores irão visitar os mais de três milhões de domicílios e os cerca de 9,7 milhões de moradoresnos 184 municípios do estado e no Distrito Estadual de Fernando de Noronha.
No Brasil, são cerca de 75 milhões de domicílios, onde vivem os 215 milhões de brasileiros em todos os 5.570 municípios do país.Já no Recife, os cerca de 1,6 milhão de moradores dos mais de 500 mil domicílios da capital serão visitados por 1.426 recenseadores, que percorrerão todos os bairros da capital. Recife possui também 166 agentes censitários que irão supervisionar e auxiliar a coleta.
Com um orçamento de cerca de R$ 2,3 bilhões, este será o 13º Censo da história do país. O primeiro foi realizado em 1872, ainda durante o Império. Desde 1940, a pesquisa é realizada pelo IBGE.
O Censo é realizado a cada dez anos, e sua última edição ocorreu em 2010. A pesquisa é fundamental para conhecermos a realidade do país e para a elaboração de políticas públicas, já que investiga questões como características dos domicílios, trabalho e rendimento, identificação étnico-racial, núcleo familiar, educaçãoe mortalidade.
Além disso, o Censo é a única pesquisa estatística oficial que traz informações sobre os seguintes temas: religião, população indígena, deficiência, fecundidade, nupcialidade, migração, deslocamento para trabalho ou estudo, aglomerados subnormais (favelas e assemelhados) e as características do entorno dos domicílios em áreas urbanas.
A pesquisa possui dois questionários: o básico, com 26 questões, cujo tempo de resposta varia entre cinco e dez minutos, e o amostral, com 77 questões, que será aplicado em cerca de 11% dos domicílios do país e deve ser respondido entre 15 e 20 minutos. O tempo de resposta pode variar de acordo com algumas questões, como o número de moradores por domicílio.
Em cada domicílio, pelo menos uma pessoa é entrevistada, e ela poderá responder por todos os demais moradores.A coleta está prevista para durar três meses, até o dia 31 de outubro. Os primeiros resultados deverão ser divulgados em dezembro deste ano.
Para toda a operação censitária, o IBGE contratou e treinou mais de 200 mil pessoas em todo o país: cerca de 23 mil agentes censitários, que supervisionam os trabalhos, e 183 mil recenseadores, que realizam as entrevistas domiciliares. Além dos dias úteis, os recenseadores também poderão fazer visitas à noite e nos finais de semana.
A população poderá responder o questionário do Censo presencialmente, durante a visita do(a) recenseador(a), ou, nesse momento, escolher responder pela internet ou por telefone. No primeiro caso (internet), o(a) morador(a) receberá um link com senha e terá um prazo de 7 dias para responder; no segundo caso, será agendada uma ligação telefônica a ser feita pela equipe do IBGE, para coletar as informações.
Recenseadores uniformizados e informações sigilosas
Durante o Censo, todos os recenseadores estarão identificados pelo uniforme, colete e boné do IBGE, além de levarem o dispositivo móvel de coleta (DMC). Eles usam um crachá com foto, onde existe um QR Code que aponta para um site no qual é possível confirmar a identidade dessas pessoas.
É possível também ter essa confirmação de identidade pelo 0800 721 8181 ou pelo site respondendo.ibge.gov.br.Para realizar a confirmação, o informante deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador.
Todos os recenseadores também estão orientados a usar máscara e buscar manter o máximo de distanciamento possível no momento da coleta, seguindo rigorosamente os protocolos sanitários vigentes nos diversos municípios, durante o período da coleta.
Além disso, de acordo com a Lei nº 5.534, de 1968, as informações prestadas ao IBGE são absolutamente sigilosas, sendo utilizadas apenas para fins estatísticos e não podendo ser compartilhadas nem com a polícia, nem com a Justiça.
Autismo e população quilombola no Censo 2022
Além disso, outra novidade deste Censo é a inclusão de dados específicos para a população quilombola que vive em áreas previamente mapeadas pelo IBGE.
Junto aos indígenas, que foram incluídos no Censo em 1991, a população quilombola faz parte dos Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs), que possuem questionário próprio no Censo, que visa assimilar suas tradições e costumes históricos.
O Censo 2022 também será o primeiro a realizar uma investigação sobre o autismo. O questionário amostral irá trazer a pergunta se alguma pessoa do domicílio já foi diagnosticada com autismo por profissional de saúde.
Também pela primeira vez, o IBGE vai georreferenciar todos os domicílios visitados, ou seja, determinar suas coordenadas geográficas (latitude e longitude).
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