Da Agência Estado
Mais de 100 mil pessoas estão sendo afetadas pelo desabamento de duas pontes ocorrido em um período de dez dias na rodovia federal BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO).
Os acidentes levaram o governo do Amazonas a declarar situação de emergência em três municípios na segunda-feira. São eles: Careiro da Várzea, Careiro Castanho e Manaquiri, todos na região metropolitana da capital.
"Temos uma série de situações que estão acontecendo e dificultando a vida das pessoas, como o escoamento da produção rural, o desabastecimento de alimentos, remédios e combustíveis. Há um risco de que alguns dos municípios possam ficar sem energia elétrica", disse o governador Wilson Lima (União).
A região amazônica vive o período de estiagem até este mês, o que faz com que o transporte por terra se torne a principal opção de mobilidade. Porém, com o desabamento da primeira ponte (KM 25) em 28 de setembro e da segunda (KM 12), no sábado, a situação é considerada problemática por moradores.
A produtora rural Valsineri Peixoto mora no quilômetro 11 da rodovia estadual AM-254 (Manaus - Autazes), ligada à BR-319. Há quatro anos, trabalha com uma granja de sete mil galinhas de postura (produção de ovos). Agora, com o encarecimento dos custos para comprar ração, ela teme não conseguir alimentar todos os animais e já planeja sacrificar cerca de duas mil galinhas.
"Semana passada, quando ainda tinha caído só uma das pontes, tivemos de fretar um barco. A gente teve que se virar e pagamos em torno de R$ 3 mil para a embarcação trazer as 100 sacas de ração, cada uma com 50 quilos, e deixar ali na beira da ponte do quilômetro 12, essa agora que também desabou. Agora, tá sem condições. Já estamos pensando em sacrificar as galinhas mais velhas", diz a produtora.
Ela conta que o mesmo percurso com os insumos custava em torno de R$ 100 a R$ 200 antes da queda das pontes.
Em nota à imprensa, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela manutenção das rodovias, afirma que técnicos do órgão trabalham para investigar as causas dos desabamentos e no projeto de construção de novas pontes.
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