Saúde

Remédio contra a covid-19 chega às farmácias entre janeiro e fevereiro

Anvisa autorizou a comercialização do molnupiravir, antiviral da fabricante MSD, dos Estados Unidos

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Publicado em 24/12/2022 às 8:52
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Medicamento molnupiravir será vendido sob o nome comercial de Lagevrio - FOTO: DIVULGAÇÃO

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a venda do medicamento molnupiravir em farmácias e hospitais privados do País. O antiviral da fabricante MSD é usado no tratamento contra a covid-19.

A decisão foi unânime e prevê que a venda em farmácias seja realizada com retenção de receita, com uma via da Receita de Controle Especial retida no estabelecimento e orientação do farmacêutico ao paciente sobre o uso correto do medicamento, que será vendido sob o nome comercial de Lagevrio.

O remédio é indicado para o tratamento da covid-19 leve à moderada em adultos com infecção confirmada e risco de agravamento da doença, incluindo risco aumentado de hospitalização ou morte.

O medicamento deve ser administrado assim que possível, após o resultado positivo do teste e avaliação médica e no prazo de cinco dias após o início dos sintomas.

A Anvisa ressalta que o molnupiravir não está autorizado para tratamento de pacientes com menos de 18 anos, doentes já hospitalizados com covid-19 nem deve ser usado como prevenção da covid.

O medicamento também não deve ser usado por mulheres gestantes porque pode causar danos ao feto. A droga não deve ser tomada por mais de cinco dias consecutivos.

A fabricante MSD afirmou que o medicamento estará disponível "entre janeiro e fevereiro em hospitais, clínicas oncológicas e farmácias que já manifestaram interesse em adquirir o produto". Disse ainda que o custo médio do tratamento será de R$ 1,7 mil por paciente.

Em nota, o diretor da Unidade de Negócios de Infectologia da MSD, Mário Ferrari, afirmou que a chegada do medicamento poderá beneficiar pacientes com risco de agravamento de covid, como "imunodeprimidos, com câncer ativo ou outras doenças".

De acordo com a Anvisa, a aprovação "levou em consideração a venda do medicamento ao mercado privado em outros países com autoridades internacionais de referência, como Estados Unidos, Japão e Reino Unido". A medida também considerou, de acordo com a agência, o cenário epidemiológico atual, com a circulação das novas subvariantes da Ômicron e o aumento de casos da doença no País.

O medicamento teve seu uso emergencial aprovado no Brasil em 4 de maio. Pela decisão da Anvisa, ele será comercializado com o rótulo em inglês, mas com a entrega de bula e folheto informativo em português.

ALTA DA COVID-19 NO BRASIL

Quase metade dos municípios brasileiros registrou, na semana antes da do Natal, alta incidência de covid-19, segundo análise divulgada pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com base em dados do Ministério da Saúde.

De acordo com o instituto, 2 552 cidades (de um total de 5.297 que enviaram os dados) tiveram mais de 100 casos da doença por 100 mil habitantes, o que caracteriza alta incidência.

"Esses municípios têm 47% da população brasileira, e seus moradores estão expostos a elevados níveis de transmissão viral", destacou o Todos pela Saúde.

Outro levantamento, feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e divulgado na quinta-feira, mostrou que há tendência de aumento de hospitalizações por covid-19 no País.

De acordo com especialistas, as duas análises acendem o alerta para aumento da transmissão durante as festas de fim de ano e possível sobrecarga dos serviços de saúde em janeiro.

A análise do ITpS mostra que 21 das 27 unidades da Federação apresentam alta incidência - somente São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Maranhão e Piauí estão fora desse grupo.

As maiores taxas foram registradas em Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal, com registros superiores a 300 casos por 100 mil habitantes.

TAXA DE POSITIVIDADE DOS EXAMES SEGUE ALTA

O instituto também analisa dados de redes de laboratórios, que mostram que as taxas de positividade dos exames seguem altas - acima de 30% desde o início de novembro.

Para o imunologista Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS, as pessoas devem manter cuidados durante as celebrações de fim de ano.

"A situação não é tão confortável assim. A doença está presente e o vírus continua circulando. A grande preocupação é com as pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal com as quatro doses. Elas devem buscar a vacina o mais rápido possível", afirma.

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